Durante o painel do Brazil Wind Power 2022, ‘Cadeia produtiva e seus insumos: crescimento e novos desafios da competitividade’, realizado na última quarta-feira, 19 de outubro, Roberto Miranda, Diretor Técnico da Torres Eólicas do Nordeste pediu isonomia na competição. De acordo com ele, a empresa tem apenas 25% de capacidade de gestão do produto e nesse percentual deve incluir exigências em temas como segurança, médicos e esquema ambiental. Com isso, o produto importado fica mais barato que o local. “A origem do produto tem a mesma regra? O percentual dele deve ser semelhante, mas sem os custos que tenho e ele consegue por no Brasil uma margem de resultados melhor que a minha”, indaga.

Ele também lembra que mesmo dentro do Brasil há problemas de isonomia. A TEN paga ICMS de 4% sobre componentes importados, enquanto um concorrente sediado em outro estado do Nordeste não paga, sendo isento. “Não adianta atrair uma indústria para um estado e depois colocá-la no sacrifício”, aponta. O executivo revela que não quer isenções, mas um tratamento igual.

Fundada em 2015 e participando de cerca de 4 GW, a TEN investiu R$ 40 milhões no último ano para suportar as mudanças que os aerogeradores têm experimentado nos últimos anos, com máquinas mais potentes e maiores. Segundo Miranda, as chapas aumentaram a espessura e as torres o diâmetro, o que levou a uma necessidade de equipamentos de solda mais sofisticados. “Todo o recurso industrial foi adaptado para essas máquinas novas”, avisa. A fábrica está localizada em Jacobina (BA) estrategicamente próxima dos principais projetos eólicos do Nordeste.

Segundo Miranda, a TEN produz a maior torre do mercado, de 126 metros. Hoje a produção da TEN está em quatro a cinco torres por semana. As torres são divididas em seções. Por ser uma fábrica de torres, o parâmetro de megawatts não é utilizado. Como ela fornece para vários fabricantes de aerogeradores, a máquina de cada cliente tem a sua potência.