A EDP Brasil registrou um lucro líquido de R$ 514,4 milhões no terceiro trimestre de 2022 e de R$ 1,4 bilhão no ano, um avanço de 0,8% e de 5,0%, respectivamente. Já o lucro líquido ajustado atingiu os R$ 261,4 milhões no trimestre e R$ 980,8 milhões no acumulado do ano.

Já o EBITDA cresceu 16,9% no trimestre e registrou R$ 1,3 bilhão. No ano atingiu os R$ 3,7 bilhões, um aumento de 24,7%. Contudo, o EBITDA ajustado, pelos efeitos não recorrentes e não caixa, foi de R$ 1 bilhão e de R$ 3 bilhões, aumento de 35,0% e de 38,8%, no trimestre e no acumulado, respectivamente.

Durante teleconferência realizada com investidores nesta quinta-feira, 27 de outubro, o CEO da companhia, João Marques da Cruz, afirmou a companhia pretende realizar uma reciclagem de capital para crescer. “Finalizamos a assinatura do contrato de venda UHE de Mascarenhas no valor de R$ 1,2 bilhão e esperamos finalizar essa operação ainda esse ano”, disse.

O executivo ainda declarou, quando questionado sobre os desinvestimentos nas hídricas, que as outas duas hídricas (Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão) não estão à venda. “Recebemos algumas ofertas, mas entendemos que o valor não era o justo. E se num futuro o mercado quiser precificar e se o valor estiver de acordo com o que achamos justo aí sim. De momento não estão à venda”, explicou Cruz.

O CEO da EDP Brasil afirmou que os nove meses de 2022 foram muito sólidos para a companhia e a dívida reduziu. A companhia finalizou o trimestre com uma dívida bruta de R$ 14,8 bilhões, desconsiderando as dívidas dos ativos não consolidados, que representaram R$ 1,3 bilhão.

A EDP Brasil reduziu 2,9% a sua receita financeira no trimestre e aumentou 92,7% no acumulado. Segundo a companhia, isso ocorreu em decorrência do aumento de juros e variações monetárias resultante da maior renda de aplicações financeiras, em função do aumento do CDI.

Por outro lado, a despesa financeira aumentou 63,2% e 106,7%, no trimestre e no acumulado, em decorrência do aumento dos encargos de dívidas, reflexo do aumento dos indexadores atreladas às dívidas, principalmente na rubrica de empréstimos e debentures (CDI, IPCA e TJLP) nos segmentos de distribuição e transmissão, além do aumento de saldo de dívida, decorrente de novas captações.

Já os investimentos da companhia totalizaram R$ 625,5 milhões e R$ 1,6 bilhão, redução de 1,1% e de 7,9%, no trimestre e no acumulado, respectivamente, resultante da entrada em operação integral dos lotes de Transmissão, com exceção da EDP Transmissão Norte que está em construção e com data prevista de entrada em operação em 2024.

No segmento distribuição, os investimentos totalizaram R$ 423,1 milhões e R$ 1,1 bilhão, aumento de 46,8% e de 45,1%, no trimestre e no acumulado, respectivamente, em função do reforço dos investimentos para as obras de expansão, melhoria da rede e dos indicadores de continuidade de fornecimento, projetos de combate as perdas e investimentos em telecomunicações, informática e infraestrutura.

Já em transmissão, os investimentos reduziram 57,6% e 62,5%, no trimestre e no acumulado, respectivamente, decorrente da conclusão das obras de transmissão entre os períodos analisados. No acumulado, foram concluídas as obras da EDP Transmissão Aliança SC, da EDP Transmissão SP-MG, da EDP Transmissão Litoral Sul e da Mata Grande Transmissão de Energia.

Em geração, os investimentos apresentaram aumento de R$ 4,2 milhões e R$ 15,3 milhões, no trimestre e no acumulado, respectivamente, decorrente de manutenção e operação das usinas, além dos investimentos no projeto de hidrogênio verde em Pecém no montante de R$ 17,1 milhões.

Contudo, no segmento Solar, os investimentos aumentaram R$ 10,3 milhões e R$ 20 milhões, no trimestre e no acumulado, respectivamente, decorrente do cronograma de execução dos projetos, com destaque para os projetos de desenvolvimento de produtos e geração distribuída.

Cruz afirmou que eles validaram o modelo EDP no GD remoto compartilhado nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Esse negócio é muito importante para o País, que é tão grande. A GD com base no sol é importante para o equilíbrio dos vários tipos de geração existentes. E temos o nosso compartilhado e validado pelo mercado. Vendemos com grande sucesso em MG e RJ e é onde temos investido mais. Uma aposta do futuro”, declarou.

Ele ainda destacou que a companhia vai apostar na reciclagem dos equipamentos solares. “As placas solares e baterias cria pressão nos recursos escassos no planeta e o que fazer com o que os equipamentos no fim da sua vida útil? Essa consciência ambiental também tem que vir com reciclagem dos equipamentos”, disse Cruz. A companhia já identificou oportunidades e vai realizar um novo método para os próximos anos. Apesar de ser uma tecnologia de baixa escala é possível reciclar até 80% da placa solar.