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A Nordex Acciona concluiu a expansão de sua fábrica, localizada em Simões Filho (BA), e agora pode produzir até sete naceles por semana ante uma produção que estava na casa de três unidades. A depender do ritmo de crescimento das vendas, a empresa poderá aumentar esse volume para até 10 unidades com o aumento de turno e a aquisição de ferramental. Foco da empresa no curto e médio prazo está em projetos onshore na casa de GW e não mais nos MW como no passado.

De acordo com Felipe Ramalho, diretor geral no Brasil para a empresa, a demanda anual da fabricante está na casa de 2 a 2,5 GW. Esse volume é apenas relacionado ao Brasil, foco da companhia com a fábrica local. “Para a América Latina a demanda é atendida por outra unidade”, explicou o executivo à Agência CanalEnergia.

A plataforma que a empresa negocia atualmente já está em operação no pais e a depender da necessidade do cliente, varia entre 5,1 a 5,9 MW de potência instalada com as otimizações feitas. A torre atual é de 120 metros da plataforma anterior e as pás são de 81 metros. Ramalho ressalta que esse equipamento é “finamizável” pelo BNDES.

O atual momento da Nordex Acciona, diz o executivo, deriva de uma decisão tomada dois anos atrás quando a empresa projetava uma expansão da eólica no mercado livre. Foi a partir dessa perspectiva que houve o investimento na fábrica localizada na Bahia, para atender a demanda futura.

“Dois anos atrás olhamos esse movimento que estava surgindo, um movimento forte de ACL e redução da demanda no regulado. Passamos a ser demandados em projetos e estudos de novos projetos. Com isso começamos a vislumbrar esse potencial de venda. Sempre fomos empresa que olhava para algo entre 300 MW a 400 MW ano”, lembrou ele ressaltando que ainda este ano a companhia deverá ter até dois novos contratos para anunciar.

E o foco da empresa pelo menos nos próximos anos é de se manter no onshore que possui importantes perspectivas de expansão, tanto no mercado livre quanto com o advento do hidrogênio verde, pensando no atendimento da demanda de amônia e produção de fertilizantes. Essa visão otimista ocorre mesmo nesse momento quando o setor vê um volume de PPAs mais pressionados por conta dos custos internacionais.

“Não temos intenção de novos investimentos agora. O que queremos é manter o volume de vendas compatível, um volume na casa de 250 máquinas ao ano o que daria algo como 1 GW a 1,5 GW de potência entregue”, afirmou. “A gente aposta no onshore, pois ainda tem muito potencial no Brasil. Se olharmos o mapa de recursos há parques com fatores de capacidade ainda altos para serem explorados no NE e Sul e achamos que dominamos melhor a operação e é mais efetivo na operação em terra”, argumentou.

Na visão dele, a tecnologia offshore ainda está muito distante de se tornar realidade no país. Lembra que os prazos de instalação são distintos e a geração em terra pode viabilizar o H2 Verde. Apesar disso, a empresa segue monitorando esse nicho futuro de mercado.

No médio prazo a preocupação é voltar a ser rentável, um fator que vem afetando todas as grandes fabricantes de aerogeradores no mundo. Enquanto isso as questões regulatórias, logísticas e de mercado são discutidas, ainda há muita incerteza sobre a geração em alto mar.