A abertura do mercado de energia elétrica deverá movimentar investimentos de R$ 110 bilhões em dez anos, calcula Thymos Energia. Desse montante, R$ 103 bilhões seriam movimentados em geração renovável para atender os novos consumidores. “A tendência é que o consumidor livre opte majoritariamente por energia limpa, pela competitividade dessas fontes e para se alinhar aos princípios ESG”, disse o sócio e diretor da Thymos, Alexandre Viana. Além dos aportes para produzir energia, o executivo prevê que as empresas investirão mais de R$ 6,5 bilhões para a captação de clientes.

Além disso, a Thymos também analisou o cronograma proposto pela Consulta Pública aberta pelo Ministério de Minas e Energia via Portaria Nº 690/GM/MME. O texto prevê que, em 1º de janeiro de 2026, todos os consumidores da baixa tensão, exceto os das classes residencial e rural, serão livres para escolher o seu fornecedor de energia. E, a partir do primeiro dia do ano de 2028, o direito à portabilidade da conta de luz será concedido a todos os consumidores. “Quase 22 milhões de consumidores seriam beneficiados, em 2026, com a abertura do mercado, mas 67,7 milhões de consumidores residenciais e rurais teriam de esperar até 2028 para terem liberdade de escolha”, ressalta Viana.

Segundo o diretor, o cronograma é conservador. “A discussão sobre a abertura de mercado já está madura e vem sendo feita há muitos anos, bem como a preparação para esse momento, por isso achamos tarde a liberação total apenas em 2028”, explica. Viana pontua que o mercado esperava iniciar a abertura total gradualmente, já em 2024, conforme previsto em portarias anteriores. Destaca, ainda, que “a modernização do setor elétrico passa, necessariamente, por um mercado aberto, competitivo e que fomente a livre concorrência”.

Apesar da maturidade do processo, Viana acredita que adaptações serão necessárias, por isso, não seria possível abrir imediatamente. “É interessante ter um cronograma, pois são necessárias adaptações técnicas, como novos medidores, e também mudanças regulatórias, que estabeleçam uma solução para os contratos legados. Entretanto, mesmo precisando de transição, o calendário poderia ser adiantado”, conclui.