Assim como ocorreu no mês passado, as baixas temperaturas em boa parte do país reduziram a demanda por energia elétrica em 2% na primeira quinzena de outubro em relação a 2021. A informação deriva do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o qual aponta um consumo de 63.644 megawatts médios no período.
O declínio também tem sido puxado pelo mercado regulado, que computou 40.406 MW médios e um volume 4,4% menor no comparativo anual. Em momentos de temperaturas mais amenas, os consumidores que fazem parte do segmento costumam utilizar menos aparelhos de ar-condicionado, o que ajuda a explicar os resultados.
Já o mercado livre atingiu 23.238 MW médios, alta de 2,6%, impactado pelo aumento da produção em ramos de atividade econômica importantes, como a fabricação de automóveis, madeira, papel e celulose e o setor de serviços.
Ao excluir as novas cargas dos últimos 12 meses e migrações, o ambiente de contratação livre teria um crescimento de apenas 0,3%, enquanto o regulado apresentaria um declínio de 3,2%. Outro fator que pode influenciar é a micro e minigeração distribuída de painéis fotovoltaicos. Se não houvesse esse tipo de tecnologia, a retração do consumo no segmento das distribuidoras seria menor, de 1,7%.
Atividade econômica e consumo regional
A CCEE também realiza a apuração de consumo de energia em 15 setores da economia que compram seu fornecimento de energia no mercado livre. Na primeira quinzena de outubro, no comparativo anual e desconsiderando a migração de cargas, os setores que registraram maiores avanços foram: veículos (5,4%), saneamento (5,2%) e madeira, papel e celulose (4,8%). Já as três áreas que apresentaram as maiores quedas foram minerais não-metálicos, têxteis e comércio, com respectivamente 8%, 6,2%, 4,4%.
Na análise regional, os estados que registraram o maior incremento na demanda estão concentrados na região Norte, com destaque para o Maranhão (25%), ainda influenciado pela retomada de um grande consumidor local. No restante do Brasil, houve queda, por causa das temperaturas mais amenas que as registradas no ano passado, como é o caso do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul, ambos com 7% de redução.
Na parte de geração o relatório mostra que as hidrelétricas aumentaram em 20,6% o seu fornecimento de energia elétrica para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Consequentemente, as termelétricas recuaram 57,1%, enquanto a fonte solar cresceu quase 70% e a eólica 26,5%.