O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 42.040 GWh em setembro, mostrando variação positiva de 0,2% em comparação com mesmo período de 2021, aponta o último levantamento mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No acumulado em 12 meses, a demanda registrou 507.355 GWh, alta de 1,1% na comparação anual. Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou crescimento de 4,9% no consumo do mês, enquanto o cativo das distribuidoras encolheu 2,7%.

A indústria consumiu 15.884 GWh no período, acréscimo de 1,8%. O Sudeste teve recuo de 1,3% em função da retração no consumo da siderurgia, enquanto todas as demais regiões elevaram seus índices. Nordeste subiu 10,7%, alavancado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão, estado que registrou a maior alta (93,2%) no consumo. Norte (6,5%), Centro-Oeste (5%) e Sul (1,5%) completam a lista.

Entre seus principais segmentos, oito dos dez ramos mais eletrointensivos apresentaram aumento na demanda. Com 8,7% o setor de extração de minerais metálicos liderou a expansão, associada a aceleração da retomada da atividade em Minas Gerais e ao efeito de base baixa de setembro de 2021, pela parada de manutenção de uma grande unidade no Pará naquele mês.

Metalurgia aparece logo em seguida, com 6% impactada pela cadeia do alumínio primário, puxada pela retomada da produção no final de abril em uma grande unidade no Maranhão. Por outro lado, a queda na produção siderúrgica atenuou a alta em metalurgia. Também se destacaram a fabricação de produtos alimentícios 3,6%), papel e celulose (8%) e produtos químicos (3,6%). Já fabricação de produtos minerais não-metálicos e produtos têxteis foram os únicos eletrointensivos com retração no consumo de eletricidade, em níveis de 0,5% e 4,7% respectivamente.

Nos comércios a demanda por energia subiu 1,6% em setembro, chegando a 7.393 GWh. Apesar do crescimento, foi a menor taxa desde março de 2021, ainda que o desempenho positivo do setor de serviços continue puxando o resultado da classe. De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços variou 8% em agosto desse ano, em relação ao mesmo mês de 2021.

Em transportes, serviços prestados às famílias, profissionais, administrativos e complementares e informação e comunicação podem ter impactado de forma mais relevante o consumo. Já em menor grau as vendas do varejo também voltaram a influenciar no avanço do consumo da classe.

Quase todas as regiões do país apresentaram crescimento do consumo: Norte (7,5%) lidera, seguido pela região Sul (2,8%), Sudeste (1,8%) e Nordeste (0,3%). Por outro lado o Centro-Oeste foi a única região que apresentou queda no consumo da classe, com 3,2%. Entre as Unidades da Federação, os maiores destaques foram Pará (10,8%), Tocantins (10,1%) e Roraima (9,9%). Por sua vez Maranhão (-11,2%), Mato Grosso do Sul (-4,7%), Espírito Santo (-4,2%), Acre e Mato Grosso (-3,9%, ambos) foram os Estados que registraram as maiores quedas no consumo.

A classe residencial teve retração de 0,7%, computando 12.507 GWh no período, revertendo assim o crescimento apresentado nos dois meses anteriores. O clima mais ameno e o aumento no volume de chuvas em grande parte do país podem ter impactado em grande parte. Sudeste e Centro-Oeste puxaram a queda, com 5,4% e 4,7%.

De outro modo, o Sul (7,8%), Norte (6,1%) e Nordeste (2,1%) tiveram aumento do consumo. Entre os Estados, as maiores quedas da taxa ocorreram no Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro, com respectivamente 14,4% e 13%.

Em contrapartida, Rio Grande do Sul (15,6%), Pará (12%) e Maranhão (11,3%) tiveram as maiores elevações na demanda do segmento. A EPE também destacou o programa de redução de perdas aplicado pela Equatorial Maranhão e Pará. Já, no Rio Grande do Sul a redução na base de consumidores feita no ano passado explica em grande parte o aumento do consumo em 2022.