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A Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares também se mostrou otimista com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o presidente da associação, Celso Cunha, revelou que durante a disputa a associação se reuniu com o comando da campanha de Lula, o que resultou na elaboração de um documento com propostas. Segundo ele, foi demonstrado pelo entorno da candidatura um desejo forte de concluir a usina de Angra 3 (RJ), relançada em 2010, no segundo mandato do ex-presidente. “O canal de comunicação está aberto. As propostas foram bem recebidas”, explica. O reator nacional, radioisótopos e íon para uso em alimentos também estavam na pauta.
A usina de Angra 3, localizada no mesmo complexo das unidades 1 e 2, terá 1.405 MW de potência. Angra 3 é gêmea de Angra 2. Com ela, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro e o seu canteiro deve gerar sete mil empregos durante o pico. Em 2010, as obras foram iniciadas, mas interrompidas em 2015, por falta de recursos do Governo Federal.
Cunha disse ainda que outro ponto abordado no documento foram as novas usinas nucleares no país. Segundo ele, o PNE 2050 estima entre 8 e 10 GW de energia nuclear nos próximos 30 anos. Ele lembrou que no momento está sendo feita a extensão da vida útil de Angra 1, processo que também acontecerá no futuro com Angra 2. Mas ao analisar no longo prazo, a desativação da planta levará uma redução na capacidade e a necessidade da entrada em operação de novos projetos “Temos que resolver esse problema de botar no mínimo uma nova usina, o que leva em torno de 10 anos”, avisa. Cunha frisou ainda que a ONU declarou que a energia nuclear faz parte da descarbonização do planeta.
O presidente da Abdan avalia que o Governo Lula deverá se debruçar imediatamente na flexibilização do monopólio nuclear. Atualmente, só o governo pode deter as usinas, além do urânio que as abastece. Segundo ele, se por um lado há um cenário de pressão econômica e necessidade de prosseguimento do programa nuclear brasileiro, a iniciativa privada está a postos para investir e colaborar nos projetos. “Há várias maneiras de fazer isso acontecer, controlar o negócio e ainda ser rentável. Então essa decisão deve ser tomada rapidamente”, avisa. A aposta é que temas como esse fiquem a cargo do próximo ministro de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia, que ainda não foram definidos.
Biogás – A Associação Brasileira do Biogás espera continuar recebendo o apoio do representante maior do Governo Federal para o desenvolvimento da fonte e ampliar a geração de energia renovável, contribuindo para as metas do Acordo de Paris. Para a Associação, o biogás e o biometano dizem respeito à uma política de Estado que está presente nos principais debates relacionados à pauta sustentável.
A Abiogás pede o reconhecimento dos seus atributos, de maneira a aumentar a segurança energética com a implantação de termelétricas movidas a biogás e com a produção do biometano, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis importados.
A associação acredita que ainda há uma série de ações de fomento e de iniciativas governamentais que precisam ser estabelecidas não só no âmbito do Governo Federal, mas também do Congresso Nacional, e que podem contribuir com uma maior inserção do biogás e do biometano na matriz energética do país.