fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O hidrogênio verde é um caminho que deve impulsionar os negócios da divisão UHDE da alemã ThyssenKrupp. Um bom sinal que mostra essa perspectiva é o volume de fornecimento de eletrolisadores para esse segmento em termos globais. Segundo a empresa, em menos de três anos foram fechados projetos que somam 3 GW e potência instalada para esses equipamentos, algo como 5% do total instalado nos últimos 50 anos em toda a indústria de cloro-soda que soma 60 GW em 600 instalações.
Um dos principais fatores que tem levado a esse rápido crescimento é a maior capacidade de produção do gás que é visto como fundamental para a economia de baixo carbono, cuja potência está um um nível mais elevado do que as plantas industriais mais antigas. E outro é a crescente demanda em decorrência da busca de redução de emissão de gases de efeito estufa no escopo das metas de ser net zero entre 2030 a 2050 em carbono por parte de empresas, aliás, uma a própria ThyssenKrupp tem esse compromisso também.
Segundo o diretor de vendas da empresa na América do Sul, Luiz Mello, o Brasil e o Chile são os dois países que mais se destacam nesse mercado. Enquanto o outro país saiu na frente em termos de políticas para incentivar os negócios, o Brasil tem o maior potencial pela complementaridade com eólica e solar. Além disso, a posição geográfica favorece a logística de exportação para a Europa, que é o principal mercado nesse momento.
“Hoje o hidrogênio verde é o queridinho da indústria química seja como matéria prima ou insumo para a produção de fertilizantes ou aço no sentido de descarbonizar a economia”, relata ele. “O carvão, contudo, ainda é muito barato quando comparado ao H2 Verde que é produzido por fontes renováveis. No caso do aço, por exemplo, reduzir ou eliminar a pegada de carbono se mostra uma ação desafiadora”, destaca ele.
Para ele, um caminho interessante para aumentar a competitividade do hidrogênio verde está no mercado de carbono. No Brasil esse aspecto ajudaria os geradores a vender a energia para a produção do insumo que precisa ter uma energia na casa de US$ 20 pro MWh para ser economicamente viável ao competir com o H2 Cinza. “Por aqui a energia renovável já pode ser encontrada a esse patamar, mas porque o gerador venderia para a produção de hidrogênio verde se encontra contratos com melhores preços no mercado com consumidores livres”, questiona. Por isso, a renda de carbono seria interessante ao passo que o governo concedesse subsídios.
Outro ponto que o executivo da multinacional alemã destaca nesse segmento é que o boom que vivemos atualmente desse insumo que já é conhecido há meio século tem como base a redução de custos com o aumento da escala. Esse movimento tem sido notado ao longo da última década e ocorre por conta de melhorias nos eletrolisadores. Apesar de recente aumento de preços e redução de disponibilidade de níquel por conta da guerra da Rússia na Ucrânia, que são dois grandes produtores desse componente que reponde por quase 50% do equipamento.
A busca agora, diz Mello, está centrada na troca de componentes para outros menos nobres que o níquel, mas que proporcionem a mesma eficiência que está avançando nesses equipamentos para reduzir a dependência. Outro fator, claro, que impacta na popularização dessa alternativa está no barateamento da energia renovável. E nesse sentido, reforça ele, a vantagem brasileira é nítida.
Mello lembra que nesse impulso pelo H2 Verde já há perspectivas de atendimento de demanda interna para o fornecimento do insumo para a indústria nacional como a exportação do combustível na forma de amônia. Sobre as metas da empresa para atender a esse mercado crescente, ele conta que a ThyssenKrupp não tem um número específico, mas que o objetivo é o de liderar o fornecimento de eletrolisadores. “Claramente, podemos e queremos ser o líder de mercado”, finaliza.