A Auren Energia anunciou a aquisição de até 15% de uma startup que atua no segmento de Geração Distribuída compartilhada por meio de plataforma de marketplace, a Flora Energia. O valor do negócio não foi revelado. Com esse movimento a companhia dá mais um passo em sua estratégia de aproximação com o pequeno consumidor de energia ao entrar no segmento de GD, mas sem a aquisição de ativos dessa categoria.

Segundo Raul Cadena, Vice-Presidente de Clientes e Comercialização da Auren, esse é o terceiro investimento da Auren em empresas de inovação, tecnologia e ciência de dados nos últimos 12 meses. E a empresa não deve parar por aí contou ele em entrevista à Agência CanalEnergia. “Precisamos de mais duas ou três peças para formarem o ecossistema que temos em nossa estratégia e isso se dará via aquisição de alguma participação e ao longo do próximo ano, podendo ocorrer até o final de 2023”, conta ele.

A meta da Auren com a aquisição recém anunciada é a de reforçar sua estratégia de construir um ecossistema de parceiros estratégicos, visando o desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções diferenciadas em energia para os clientes do mercado livre. A primeira aquisição foi de 50% na Way2 que atua principalmente em telemedição, depois veio na empresa de inteligência artificial Aquarela. Na primeira foi 50% e na segunda pode alcançar 49%. “Na Flora ficaremos em até 15% não está planejada uma expansão na nossa participação”, comenta.

A meta, diz ele, não é a de integrar e impor os processos da Auren. O aporte em startup como a Flora tem como meta da empresa manter a agilidade e a inovação que caracterizam esse tipo de organizações.

Ainda deveremos fazer mais duas ou três aquisições até o final de 2023 como parte de nossa estratégia.
Raul Cadena,
da Auren Energia

Cadena destaca que a Flora foi a escolhida após um processo de avaliação que envolveu outras empresas do mesmo segmento. Mas que essa ideia não é nova dentro da Auren. O processo de análise começou quatro anos atrás, mas foi adiado esperando a alteração das regras ou um marco regulatório que chegou com a lei 14.300. Em particular, a avaliação da empresa foi a de que um marketplace fazia mais sentido para a organização do que uma geradora.

“Com o investimento na Flora, abrimos mais uma frente de negócio e ampliamos nossa atuação no crescimento do mercado livre. O modelo de negócios da Flora consiste em conectar clientes com empresas que possuem ativos de geração distribuída, oferecendo descontos na conta de luz dos consumidores. É um modelo não intensivo em capital, uma vez que a empresa não constrói e opera esses ativos”, explica.

Criada em 2020, a Flora Energia surgiu a partir do desenvolvimento de um produto que não demanda investimentos do cliente e que funciona por meio de um sistema de compensação de energia elétrica por meio de um modelo de assinatura. A adesão é feita via cadastro da conta de luz residencial na plataforma da empresa.

Hoje, a startup tem parceria com 27 usinas de geração distribuída conectadas às redes de distribuição, abastecendo mais de 1.100 municípios dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em janeiro de 2021, esse serviço chegava a 30 residências, no final do mesmo ano, já eram 1.400, e, atualmente, conta com 5 mil consumidores.