A unidade potiguar do Sebrae foi escolhida como como polo de referência nacional na área de energias renováveis. O estado é o líder na geração de energia eólica e já tem GD solar fotovoltaica em todas as cidades. A escolha foi feita em agosto, dentro das comemorações de 50 anos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. De acordo com Lorena Roosevelt, gerente da unidade de desenvolvimento setorial, foi detectado que no estado havia um know-how testado e validado para as micro e pequenas empresas que deveria ser replicado para os demais estados.

Segundo ela, desde 2017, o Sebrae-RN vem desenvolvendo um trabalho específico com os integradores de sistemas fotovoltaicos, adquirindo a experiência para atender esse público. Gargalos como questões regulatórias, segurança e gestão dos negócios permearam a atuação. “Diante disso, o Sebrae Nacional nos reconheceu para compartilhar esse conjunto com a rede e os parceiros”, explica. Ela conta que foram definidos 12 polos de referência dentre as unidades do sistema no Brasil. Goiás foi escolhido como a referência da área de agronegócio, Santa Catarina da área de liderança e o Rio de Janeiro, a de artesanato.

No estado, a procura das pequenas empresas pelo apoio do Sebrae tem sido grande. Nos últimos cinco anos, o atendimento anual girava em torno de 25 empresas ligadas de alguma forma ao setor. Segundo ela, em 2022, de forma repetida, o número de CNPJs atendidos já chegou a mais de 500. A Classificação Nacional de Atividades Econômicas de uma integradora é complexa, porque pode abranger uma empresa de obras ou outro ramo que atua em energia.

Como fazer marketing no setor de energia, os principais cenários e tendências regulatórias, além da parte de finanças e contratos serão algumas das melhores práticas que serão compartilhadas. Capacitações e mentorias também fazem parte. As potencialidades que a abertura do mercado livre trará na baixa tensão também é outro tema abordado. “Nosso papel enquanto Sebrae é trazer conhecimento e vanguarda do que acontece no setor e qualificar as empresas para que possam se reposicionar no mercado”, observa.

Segundo a gerente do Sebrae-RN, estimular o segmento de Start Ups tecnológicas na área de energia é um dos desafios nacionais. Ela conta que a abertura do mercado trará oportunidades na área digital. “Queremos estimular que o ecossistema de inovação do Brasil tenha um olhar especial para a pequena empresa de energia, gerando inovação sofisticando os serviços que hoje entrega ao mercado”, avisa. Ela dá como exemplo a pequena empresa que fornece instalação e montagem poderia oferecer tecnologias de monitoramento, de melhoria no aproveitamento da radiação ou das condições das usinas.

A demanda principal tem se dividido em dias vertentes: aquela pequena empresa que quer entender sobre energia porque quer um sistema de GD e fazer a gestão energética. O payback tem sido atrativo para esse público. A outra vertente são as demandas oriundas das empresas fornecedores da cadeia, para melhorar sua competitividade.

A qualificação da mão de obra, um ponto de atenção para o setor de GD fotovoltaica, também está radar do Sebrae. Para Lorena, a atividade necessita de profissionais qualificados na instalação dos sistemas. No estado, o Instituto Senai de Inovação oferece cursos voltados para certificação de instaladores. “É uma prática que precisa ser replicada no país, sob pena de uma atividade viável e inclusiva par aos pequenos negócios se transformar em um grande problema futuro”, aponta.

As ações no âmbito nacional já começaram. Durante o Fórum de Energias Renováveis, acontece a primeira reunião da governança.

*O repórter viajou a convite do Sebrae-RN