O lucro da Eneva recuou 34,4% no terceiro trimestre desse ano e ficou em R$ 237,8 milhões. A empresa divulgou seus resultados na noite da última quinta-feira, 10 de novembro. A receita operacional líquida do período chegou a R$ 1,7 bilhão, crescendo 11,5% em comparação ao aferido no mesmo período do ano passado. o Ebitda de R$ 597,4 milhões mostra um aumento de 9,1%. no acumulado do ano, o lucro recuou 16,7%, indo a R$569,9 milhões. Nesse período, a receita líquida de R$ 3,81 bilhões mostrou um incremento de 10,7%. O Ebitda teve aumento de 14,8%, chegando a R$ 1,59 bilhão.
De acordo com a empresa, o resultado reflete a continuidade das exportações de energia para a Argentina; a conclusão da compra em condição vantajosa da Termofortaleza (CE – 327 MW); e a geração de caixa da térmica Jaguatirica II (RR).
A Eneva também divulgou o nome de Lino Cançado como novo CEO da geradora, sucedendo Pedro Zinner. Cançado, que assume no dia 1º de janeiro de 2023, está na Eneva há oito anos e desde 2017 desempenha a função de diretor de Operações. Ele também já foi responsável pela área de Exploração & Produção da companhia e foi COO da Parnaíba Gás Natural antes da incorporação pela Eneva. Segundo Zinner, Cançado é conhecido e respeitado não apenas dentro da empresa, mas também entre os principais stakeholders da Eneva, tendo a total confiança do antecessor.
A empresa ainda anunciou em fato relevante que apresentou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis a Declaração de Comercialidade da descoberta de São Domingos, no Bloco PN-T-102A, na Bacia do Parnaíba. Foi solicitado à ANP que a acumulação de São Domingos receba a denominação de Campo Gavião Mateiro. Esse é o 11º campo na Bacia do Parnaíba a ser declarado comercial pela empresa. Foram adquiridos 288 km de linhas sísmicas 2D e perfurados cinco poços dentro do plano de avaliação da descoberta. A estimativa de gas-in-place é de 5,62 bcm. A partir da Declaração de Comercialidade, a Companhia tem até 180 dias para apresentar à ANP o Plano de Desenvolvimento do campo.
Com a soma do volume do gás dessa descoberta, a Eneva consegue o montante necessário de reservas e recursos para habilitação e recontratação das UTEs Parnaíba 1 e Parnaíba 3 e leilões de energia já a partir de 2023.
Durante a teleconferência de resultados, Cançado revelou que a UTE Parnaíba V ( MA – 385 MW) e a UFV Futura 1 ( BA – 671 MW) deve entrar em operação nos meses de novembro e dezembro deste ano, respectivamente. Segundo ele, em outubro foi concluído na térmica o teste de 96 horas para comprovação de disponibilidade junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico, faltando apenas a manifestação da Agência Nacional de Energia Elétrica e ONS para entrada em
operação comercial. Já na UFV Futura 1, a obra já foi terminada e a Eneva está aguardando liberação para energização da subestação e a conclusão do sistema de medição e faturamento do ONS. O contrato se inicia em janeiro de 2024.
De acordo com Marcelo Habibe, diretor de relações com investidores da Eneva, após a queda da liminar que impedia a continuidade negociação do Polo Bahia Terra, a Petrobras retomou as negociações com o consórcio de empresas Petrorecôncavo e Eneva. Não há um prazo para o desfecho, mas o executivo se mostrou confiante. “O grupo está engajado, fazendo essa negociação da forma mais célere possível”, aponta.