No terceiro trimestre de 2022, a Copel registrou lucro líquido de R$ 378,4 milhões, uma queda de 63,4% ante R$ 1,74 bilhão registrado no 3T21. Já excluindo os eventos não recorrentes, o lucro líquido ajustado ficou em R$ 403,4 milhões no 3T22, perdas de 46,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. E no acumulado do ano o lucro líquido ajustado da companhia foi de R$ 1,72 bilhão.

Com isso, a receita operacional líquida totalizou R$ 5,45 bilhões no 3T22, uma redução de 21,8% em relação aos R$ 6,97 bilhões registrados no 3T21.

A Copel observou uma queda de 11,8% no seu ebitda ajustado que atingiu os R$ 1,13 bilhão no 3T22. Segundo a companhia, essa redução deve-se, sobretudo, a redução da receita de suprimento de energia elétrica, dado que a UTE Araucária não realizou despacho no período (ante 641 GWh despachados no 3T21) e pelo efeito negativo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor –Amplo) sobre os ativos de transmissão (IPCA de -1,32% no 3T22 ante 3,02% no 3T21), parcialmente compensados, principalmente, pelo melhor resultado da Copel Distribuição (EBITDA ajustado de R$ 529,8 milhões no 3T22, ante R$ 466,8 milhões no 3T21) e pelo impacto positivo da melhora do cenário hidrológico nos ativos de geração de energia. Destaca-se que os custos gerenciáveis, excetuando-se provisões e reversões, tiveram redução de 6,3%, em termos reais.

Por outro lado, o resultado financeiro foi negativo em R$ 204 milhões no trimestre, uma queda em relação aos R$ 110,5 milhões negativos registrados no 3T21. A companhia afirmou que o resultado é reflexo, sobretudo, do maior saldo de empréstimos e financiamentos (R$ 13,3 bilhões) e dos juros mais elevados no período (CDI de 3,26% no 3T22 ante 1,21% no 3T21).

Vale destacar que o total da dívida consolidada da Copel somava R$ 13,3 bilhões em 30 de setembro de 2022, variação de 12,8% em relação ao montante registrado em 31 de dezembro de 2021, de R$ 11,8 bilhões. No final do 3T22, o endividamento bruto da companhia representava 62,5% do patrimônio líquido consolidado, que era de R$ 21,3 bilhões.

A Copel também finalizou contrato para a aquisição dos complexos eólicos Santa Rosa & Mundo Novo (SRMN) e Aventura, detidos atualmente pela EDP Renováveis Brasil S/A., com 260,4 MW de capacidade instalada. O valor total da transação (Enterprise Value) é de R$ 1,8 bilhão, com um Equity Value da ordem de R$ 965 milhões, sujeito a ajustes até a data de fechamento da transação. O CEO da companhia, Daniel Slaviero, afirmou em teleconferência realizada nesta sexta-feira, 11 de novembro, que a aquisição faz parte da estratégia de energia renovável da Copel.

Diante deste cenário, a capacidade instalada de geração eólica consolidada da companhia será incrementada em 28%, com a estrutura de gestão operacional otimizada, permitindo assim sinergia operacional com as demais empresas do grupo que compartilham a estrutura. Com a adição dessa capacidade, a fonte eólica passará a representar 17% do portfólio de geração de energia do grupo, beneficiando o seu portfólio com o incremento de energia incentivada e a redução da exposição ao risco hidrológico.

Ativos

A companhia pretende avançar com seu plano de descarbonização do portfólio até 2030 e vê um potencial desinvestimento na Usina Termoelétrica Araucária (AEGA). Slaviero destacou que com relação aos estudos de desinvestimentos de Araucária há um caminho para alienação de 100% das ações da Copel e com isso vão seguir com uma matriz 100% renovável. “Esse é um ativo com bastante interesse”, destacou. A termelétrica possui 484 megawatts (MW). Já com relação a Foz do Areia, o executivo afirmou que o leilão terá uma boa competição.

Dividendos

Com relação aos dividendos, a companhia tem uma proposta de R$ 970 milhões de JCP referentes a 2022, com pagamento a ser realizado em duas parcelas, sendo a primeira de R$ 600 milhões em 30 novembro e R$ 370 milhões em data a ser fixada pela assembleia geral ordinária (AGO) em 2023.