Mesmo não tendo fechado um trimestre inteiro no comando da companhia, o CEO da Light, Otávio Lopes, afirmou que a estratégia da empresa para os próximos anos irá privilegiar a geração de caixa no curto prazo e os processos de renovação das concessões da distribuidora e geradora, que datam 2026 e 2028.

“Seguramente esse é o norte que estamos dando, buscando o equilíbrio na alocação de capital sem comprometer a qualidade do serviço e as obrigações regulatórias”, disse o executivo durante teleconferência ao mercado nessa sexta-feira, 11 de novembro. Ele lembrou que as regras para a primeira renovação ainda não foram definidas pelo poder concedente e que a companhia tem de se manifestar, de maneira não vinculante, até março de 2023.

Sobre o processo envolvendo a devolução dos créditos de PIS/Cofins cobrados indevidamente dos consumidores e que teve uma Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) por parte da Aneel em julho, Lopes lembrou que inicialmente a Light questionou na justiça o fato do processo não ter passado por Consulta Pública, informando que por conta disso a agência reguladora vai abrir uma CP sobre o tema no final de novembro.

“Caso a Aneel siga com a CP é provável que logo após o dia 28 de novembro determine a devolução dos valores e se continuar a utilizar as mesmas bases da RTE de julho desse ano seriam R$ 70 milhões por mês devolvidos pela Light via tarifa”, resumo o CEO, reforçando que a empresa julga que essa lei como inconstitucional e que está buscando mecanismos judiciais para evitar que a revisão ocorra na forma proposta.

Vale destacar também que a Light lançou nessa sexta-feira seu programa de recompra de ações, a partir do entendimento da capacidade de geração de caixa relevante para os próximos períodos. A quantidade total de papéis que poderão ser adquiridos é de 37.167.532, equivalente a 10% do capital em circulação da companhia. O prazo máximo para a realização das aquisições será de 18 meses, iniciando-se em 11 de novembro de 2022 e encerrando-se em 10 de maio de 2024.