A espanhola Iberdrola anunciou na última semana um investimento recorde de € 47 bilhões entre 2023 e 2025. De acordo com a empresa, o montante servirá para impulsionar a transição energética, o emprego e zerar as emissões. Desse total, € 27 bilhões serão investidos em redes, com o Brasil ficando com 16% do total, cerca de € 4,3 bilhões ou R$ 23,6 bilhões. Na parte de renováveis, serão € 17 bilhões, com o Brasil recebendo 4%, cerca de € 600 milhões ou R$ 3,74 bilhões. Os € 3 bilhões restantes irão para produtos verdes. No Brasil, a Iberdrola atua na geração, distribuição e transmissão sob a marca da Neoenergia, que controla as concessionárias Celpe (PE), Coelba (BA), Cosern (RN), Elektro (SP) e Brasília (DF).

O crescimento do plano está baseado em investimentos orgânicos em todos os mercados e na transação da PNM Resources, à qual serão destinados € 11 bilhões. De acordo com o CEO da Iberdrola, Ignacio Galán, a situação atual do setor é uma oportunidade para a companhia continuar contribuindo para a autossuficiência e descarbonização nos países onde está presente e por isso vai investir esse valor recorde. Os Estados Unidos serão o principal destino dos recursos, vindo em seguida o Reino Unido, com 16%. Na Espanha, os investimentos ultrapassarão os € 6 bilhões em três anos, em linha com a média dos últimos anos. Com isso, a empresa vai contribuir com o emprego de 85 mil pessoas nesse país até 2025.

Segundo Galán, o pano é contratar cerca de 12 mil pessoas nos próximos três anos e até 2030, sustentar mais de 500 mil empregos em todo o mundo na cadeia de suprimentos. Do investimento em redes, 70% irão para distribuição e 30% para transmissão. Já do montante para renováveis, 46% vão para a fonte eólica offshore.

Fonte: Iberdrola

Ainda de acordo com a Iberdrola, 85% dos investimentos orgânicos na área de redes estão praticamente garantidos, desde que em empreendimentos com taxas já fechadas ou com negociações avançadas e condições conhecidas. Cerca de 20% dos investimentos em projetos de transmissão irão para o Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. Dos 46% que serão destinados à energia eólica offshore, os projetos serão alocados na França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Nas demais fontes de geração, a eólica onshore ficará com 25% do investimento, a fotovoltaica com 24%, a hidráulica 2% e as baterias 3%.

Os investimentos deverão levar a Iberdrola a aumentar sua capacidade instalada renovável em 12,1 GW, sendo 3,1 GW em eólicas onshore, 6,3 em solar offshore, 1,8 GW em eólicas offshore, 700 MW de baterias e 200 MW de hidrelétricas, chegando a 52 GW em 2025. Para este ano, a previsão é de chegar em 40 GW. Da nova capacidade, metade já está assegurada e cerca de 95% e cerca de 95% da produção será contratada até 2025.