fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Um projeto financiado com recursos do Programa de P&D da Aneel resultou no desenvolvimento de um robô subaquático não tripulado para inspeção em usinas hdirelétricas. O dispositivo executou pela primeira vez o mapeamento de um túnel de adução da UHE Monte Claro (RS, 130 MW), na cidade de Veranópolis (RS). O robô cobriu um trecho com 1.145 metros e agora há conversas entre o grupo responsável pelo seu desenvolvimento com o ITA para uma missão mais extensa, chegar a 7 mil metros para fazer a travessia do túnel da UHE Castro Alves (RS, 130 MW) que também faz parte do Complexo Energético Rio das Antas (Ceran), da Statkraft.
Segundo Marcus Santana, coordenador de P&D da CSC Energia, as conversas ainda estão em andamento para a continuidade do projeto que resultou no VITA 2, como foi batizado esse robô, que é um sistema autônomo de inspeção de túneis de adução. Foi desenvolvido por pesquisadores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em parceria com a CPFL Geração, Fundação Casimiro Montenegro Filho, e financiado com recursos da Ceran, Enercan (Campos Novos Energia) e Foz do Chapecó Energia.
O robô foi desenvolvido ao longo de quatro anos para fazer, sem piloto ou cabeamento, a inspeção de túneis de adução ou estruturas civis submersas por meio de veículo autônomo adaptado com sensores e software para mapeamento e reconstrução em 3D. A travessia, diz ele, é inédita no Brasil e no mundo, e coloca as instituições participantes na vanguarda da inovação tecnológica.
Esse tipo de inspeção é considerada complexa e, em alguns casos, até inviáveis. Segundo o pesquisador, o maior benefício do VITA 2 é que o trabalho pode ser realizado sem necessidade de esvaziar o túnel, além de reduzir tempo, riscos e custos da operação. No modelo tradicional, relata, esse tipo de inspeção é feita por meio de ensecamento, exige longo tempo de execução, riscos de interrupção e possíveis danos à estrutura e ao meio ambiente.
O investimento ficou em cerca de R$ 5 milhões e também desenvolveu o VITA 1, equipamento que será utilizado em inspeções de menor complexidade, como na verificação das grades de tomada d’água, estrutura responsável pela captação da água do reservatório para geração de energia, também de forma submersa, mas com cabos e menor distância de cobertura.
Santana diz que o registro de patente dos dois robôs e do software desenvolvido está sendo encaminhado. “Estamos trabalhando numa proposta de continuidade do projeto, na fase de cabeça de série, para aprimorar o VITA 2 e o software. Dentre os objetivos está o mapeamento de uma indústria para o desenvolvimento do produto e a elaboração de um modelo de negócios para operação de serviços de inspeção”, comentou.