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A Leoparda Electric recebeu um aporte de US$ 8,5 milhões em sua primeira rodada de investimentos. O montante será utilizado para a contratação do time de profissionais globais, desenvolvimento de software próprio para a execução do negócio e também para a operação piloto no Brasil.

O aporte foi co-liderado pela Monashees, Construct Capital, Claure Capital, Auteco, K50 Ventures, Climate Capital e outros investidores anjos. O modelo de negócios da Leoparda Electric consiste no fornecimento de motocicletas elétricas e uma rede de estações que permitem que usuários possam trocar suas baterias descarregadas por outras prontas para uso imediato (ou seja, completamente recarregadas) a um baixo custo de assinatura mensal.

“As motocicletas elétricas não foram amplamente utilizadas na América Latina até hoje porque são caras e têm autonomia limitada. Usar um veículo desse hoje significaria que muitos usuários teriam que parar por aproximadamente cinco horas no meio do dia para recarregar, o que torna o modelo inviável para o trabalho. Com a gente, os usuários vão poder trocar sua bateria descarregada para uma nova completamente carregada em menos tempo do que abastecer com gasolina”, disse o CEO da empresa, Jack Sarvary. “Além disso, nossos clientes poderão comprar a motocicleta elétrica sem a bateria, ou seja, em valor menor do que uma tradicional. Tudo isso significa que os trabalhadores vão poder reduzir seus gastos mensais em mais de 50%”, complementa Sarvary. Trocas ilimitadas de baterias recarregáveis e toda a manutenção está incluída para o usuário na assinatura mensal.

“As motos elétricas são excelentes oportunidades nesse sentido, pois não somente removem veículos poluentes das ruas, mas também reduzem bastante o custo de mobilidade da população que, por vezes, não tem muitas alternativas”, pontua Jack, ao ressaltar que a ideia não é somente reduzir os custos para as pessoas que já têm motocicletas, mas também permitir que muito mais gente possa ter acesso a esse formato do transporte.

O fato de a operação iniciar na América Latina não é por acaso. Existem hoje cerca de 50 milhões de motocicletas nas ruas do continente, sendo que o Brasil concentra boa parte desse montante. No entanto, apenas 1% delas são elétricas, o que mostra atraso em relação a outras regiões como Europa, com 25% do total de motocicletas vendidas no ano passado sendo elétricas; e da China, cuja porcentagem sobe para 40%. São Paulo será a cidade piloto para o início das operações.

De acordo com o cofundador da Leoparda Electric, Billy Blaustein, o Brasil e América Latina representam uma oportunidade incrível de eletrificação. “Vimos frotas de veículos eletrizados em outros países passarem lentamente de 0% para 5% e para 10%. Por que não o Brasil? Sabemos que os veículos elétricos têm muitas vantagens sobre a gasolina: são mais ecológicos, mais baratos ao longo do tempo e mais silenciosos”, disse.

A eletrificação da frota brasileira de veículos está chegando e, por condições estruturais, começará com duas rodas. “O Brasil representa um país enorme com uma rede de energia muito sustentável. O mercado de duas rodas é grande e cresce anualmente, mas é quase todo movido a gasolina. Queremos desempenhar um papel, com parceiros em todo o País, na eletrificação da frota automotiva. Planejamos testar extensivamente em nossos primeiros dias para realmente entender nossos clientes e as soluções de veículos que eles precisam. Planejamos aprender o que funciona e o que não funciona. Esperamos fazer parcerias com outros, pois a ambição e a necessidade de eletrificar a região não podem ser realizadas sozinhos. Acreditamos que a troca de baterias é a solução para a adoção de eletricidade a longo prazo para veículos leves”, ressaltou Blaustein.

Por isso, a companhia tem como principal foco os motociclistas que utilizam a moto para trabalhar, como entregadores de aplicativos, já que são o público que mais gasta com combustível. “Mudando para o modelo elétrico, essas pessoas vão economizar bastante, já que R$ 10 de gasolina equivale ao mesmo número de quilômetros percorridos que um entregador pode ir com só R$ 1 de energia elétrica”, pontua Billy Blaustein. Para essa iniciativa, a Leoparda já estuda parcerias com todos grandes players do mercado. A Leoparda Electric espera chegar até US$ 1 milhão de receita anual no seu primeiro ano de operação.

Para finalizar o executivo afirma que a penetração de veículos elétricos está definitivamente crescendo, mas é lenta. “Como muitos sabem, os impostos de importação são muito altos no Brasil com o objetivo de estimular a economia local. Isso é bom, mas o resultado é que tecnologias mais avançadas, que ainda não foram desenvolvidas no Brasil, são mais caras para trazer. Globalmente, para impulsionar a adoção de veículos elétricos, os governos tiveram que fornecer subsídios e incentivos aos usuários. Se os custos forem tão altos quanto os da gasolina, a adoção de VEs acontecerá, mas levará tempo. Alguns exemplos disso – os Estados Unidos ofereceram US$ 7.500 de desconto em todas as compras de veículos elétricos para os primeiros 200.000 veículos de uma frota OEM (exemplo “Chevrolet”). Na Índia, o governo aprovou no ano passado uma lei oferecendo um desconto de ~$250 para cada kwh de tamanho na bateria de um EV que você comprou. Uma scooter elétrica normal, com uma bateria de 2kwh, ganharia um desconto de US$ 500. Na Colômbia, eles reduziram as tarifas de importação de veículos elétricos para quase 0%”, finalizou.