Após um setembro com impactos de chuvas e do frio, o consumo de energia voltou a subir no Brasil em outubro a partir do aumento da temperatura média em boa parte dos estados. Segundo o último Boletim Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a alta em comparação com o mesmo período do ano passado foi de 2,5%, atingindo 65.912 megawatts médios.
O destaque ficou por conta do mercado regulado, que registrou o maior crescimento desde janeiro, de 1,3% na comparação anual, alcançando os 42.174 megawatts médios. O segmento é altamente influenciado por fatores meteorológicos, com o uso mais intenso de equipamentos de refrigeração em dias mais quentes, por exemplo, o que explica o aumento nas regiões Norte, Sudeste e em parte do Nordeste.
Já o mercado livre foi responsável pelo consumo de 23,738 megawatts médios, montante 4,8% superior a 2021. A CCEE também analisa os dados desconsiderando o efeito de migração de consumidores entre os dois ambientes nos últimos 12 meses. Neste caso, o ACL teria acréscimo de 2,2%, enquanto o regulado avançaria 2,7%.
Outro fator que pode influenciar é a micro e minigeração distribuída, que são os painéis solares fotovoltaicos. Se não houvesse esse tipo de tecnologia, a retração do consumo das distribuidoras seria menor, de 4%.
Atividade econômica e regional
Entre os 15 setores da economia que compram energia no mercado livre, os ramos que mais ampliaram o seu consumo foram o de Madeira, Papel e Celulose (9%), seguido por Veículos (6,5%) e Saneamento (6,4%). As três áreas com maiores reduções foram: Químicos (0,8%), Minerais Não-Metálicos (4,5%) e Têxteis (4,9%). Os dados desconsideram a migração das cargas entre os ambientes.
Na análise regional, boa parte do país registrou aumento na demanda por energia em outubro, com destaque para o Maranhão, com alta de 29%, seguido pelo Tocantins (17%) e Rio de Janeiro (7%), fortemente influenciados pelos dias de sol mais intenso e menor quantidade de chuva. No outro extremo, Pernambuco apresentou declínio de 5%, e o Rio Grande do Sul de 4%.
Geração
Quanto ao desempenho da geração, as hidrelétricas forneceram 44.291 MW médios ao Sistema Interligado Nacional (SIN), avanço de 25,4% na relação anual. Consequentemente as térmicas recuaram 55,3%, entregando 9.301 MW médio para a rede. Neste período as UFVs produziram 1.879 MW médios, alta de 70,8%, enquanto os parques eólicos geraram 13.101 MW médios, crescimento de 32,5% frente a 2021.