Buscando oferecer um novo modelo de negócios, a GreenYellow vem trabalhando no mercado brasileiro com o conceito Utilities as a Service (UaaS), em que fornece de forma completa sistemas de iluminação e de frio alimentar para os clientes. A empresa realiza o investimento, implementa os ativos e é remunerada ao longo da duração do contrato, onde garante a performance dos equipamentos, operação e manutenção.

A multinacional francesa começou a trabalhar com a proposta do UaaS no ano passado, primeiro nos projetos de frio alimentar, com o objetivo de reduzir drasticamente a emissão de gases estufa por meio da substituição dos equipamentos que tinham o fluído R-22 na sua composição, uma vez que se prevê o fim do emprego desse material no Brasil até 2030.

A solução já teve um projeto-piloto implementado no Brasil em cinco unidades de uma empresa do segmento varejista. Foram realizados retrofits em larga escala, passando a usar o mesmo sistema de refrigeração do padrão europeu, que utiliza fluído refrigerante de baixa emissão de carbono.

Dentro dessa mesma concepção, a companhia expandiu a oferta com base no modelo UaaS para o âmbito da iluminação em projetos greenfield. O conceito foi aplicado em duas unidades da varejista Leroy Merlin inauguradas esse ano, uma no Pontal Estaleiro em Porto Alegre (RS) e a outra em Guarulhos (SP). Foram instaladas quase 2,5 mil lâmpadas e luminárias, todas elas localizadas nos salões de vendas. A distribuição foi baseada em um profundo estudo luminotécnico customizado, conforme as necessidades do cliente e a maior otimização do consumo de energia em função do nível de iluminância esperado.

De acordo com a gerente de arquitetura da Leroy Merlin, Letícia Mansur, o fato de contar com uma parceria que se responsabilize por toda a infraestrutura de iluminação em todo processo é um ganho para as empresas de varejo de segmentos como o de casa e construção, visto tratar de um gerenciamento complexo e que precisa estar sempre impecável.

“Temos parâmetros exatos de lux – uma unidade específica do segmento luminotécnico – que precisam ser seguidos para uma boa implantação das lojas atendendo a padrões rígidos. Não podemos ter variações entre as unidades ou performances de equipamentos que não estejam dentro das regras”, avalia a gerente.

A tendência é que com a adoção desse formato, com projetos eficientes desde o início da construção da loja, a Leroy consiga reduzir ainda mais o consumo de energia no longo prazo, tendo em vista que deixará de emitir carbono desde a implantação da filial. “Por se tratar de uma solução de eficiência energética, ao invés de uma venda de luminárias, conseguimos inaugurar uma loja com a iluminação projetada de forma eficiente, pensando no menor consumo por metro quadrado iluminado”, complementa Leticia.

Por sua vez o diretor comercial da GY, Marcelo Varlese, afirmou que durante o período do contrato, a empresa se compromete com o nível de lux, bem como o funcionamento e garantia das luminárias e lâmpadas. “Além de tirarmos essa preocupação das mãos do cliente, uma vez que a loja já nasce com um esquema de iluminação eficiente, também ajudamos a reduzir o capex para abertura de novas unidades. No caso dos projetos da Leroy Merlin investimos R$1,25 milhão”, ressalta.

A ideia da companhia francesa é extrapolar este modelo as a service para outros sistemas, como ar-condicionado, ar comprimido e refrigeração industrial. “Além dos benefícios já conhecidos de redução do consumo e pegada de carbono, este modelo traz ainda novos benefícios uma vez que o cliente não precisa fazer o investimento inicial, reduz a quantidade de ativos da empresa e traz tranquilidade de que os ativos terão um especialista para sua operação”, finaliza Varlese.