Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O setor elétrico avalia que há importantes perspectivas e oportunidades com a abertura do mercado. Contudo, a concretização desse caminho deverá obedecer a algumas mudanças e apresentar características como simplicidade, separação de fio e energia, a correta precificação dos serviços das UHEs e redução da assimetria de valores entre a operação real e o que os modelos apresentam.

Essa discussão foi apresentada no segundo painel do 14º Encontro Anual do Mercado Livre, realizado pelo Grupo CanalEnergia, by Informa Markets. O tema vem em decorrência da possível abertura de mercado que poderá chegar ao setor elétrico seja pela CP 137 do MME ou do PL 414 que trata de questões fundamentais para a organização da estrutura comercial do modelo.

Na avaliação de Ricardo Motoyama, CEO Power Trading Business Unit da CPFL Soluções, a questão da separação de fio e de energia é importante para a abertura do mercado. Até porque as distribuidoras não têm interesse em negociar energia. “Essa atividade acaba sendo um fardo para as concessionárias, pois não é ela quem define o preço e a contratação, apenas a demanda”, ressaltou ele.

A perspectiva é de que com a separação a empresa possa conseguir ser mais eficiente em sua atividade que é a gestão de redes. Por isso, evitar a criação de legados é classificado por ele como importante. Ainda mais quando se tem uma situação de sobrecontratação é necessária a capacidade das empresas ter possibilidade de gerir seus contratos. Lembrou de um momento em que o mercado buscava liquidez e as distribuidoras não podiam vender esses excessos que havia, pois eram obrigadas a liquidar a PLD.

Entre as oportunidades e perspectivas do setor, diz Marcelo Cruz Lopes, Diretor Executivo de Marketing, Comercialização de Gás, Energia e Novos Negócios da Eneva, a dinâmica do gás não será parecida com a da energia elétrica. Por isso, no caso desse insumo, a estratégia de ter o gás próximo do ponto de consumo da térmica como a empresa possui é importante. Pois o Brasil tem o SIN com quase a sua totalidade interligada. O setor é o mais universalizado. Outro ponto destacado por ele é a possibilidade de despacho por oferta no mercado liberalizado, mas há questões a serem tratadas como um mercado onde há um grande gerador com bastante produto para comercializar como é a Eletrobras e a energia descotizada de UHEs.

Por um lado, o Diretor de Regulação e Relações Institucionais na Eletrobras, Rodrigo Limp, lembra que no auge da crise hídrica havia térmicas a R$ 2 mil por MWh, um valor descolado da realidade. Então essa questão deve ser aprimorada para que se possa chegar à formação de preços por oferta descentralizado e que isso, teoricamente, tende a gerar melhores decisões.

“Isso é algo complexo que precisa ser estudado e testado para evitar abuso de poder de mercado. A Eletrobras tem participação grande na geração, mas deixamos a Eletronuclear e Itaipu, com isso temos 22% da capacidade de geração e reduz a cada ano com o avanço das outas fontes. A empresa tem 1,3 GW médios a ser liberalizados nos próximos anos. Mas ainda há diversos mecanismos como o Cade a Aneel que podem impedir quaisquer ações abusivas, mas mais que a energia a questão da transmissão é importante e decisiva na formação de preços”, destacou Limp.

O diretor da Eletrobras lembrou ainda que o crescimento das renováveis se dá por conta das UHE e térmicas – estas em menor quantidade – e hoje, avalia ele, o modelo não trata de forma adequada os serviços prestados pelas fontes. O volume descotizado é visto como um desafio para ser colocado no mercado e ainda há a energia da usina binacional que tem a partir de 2023 a perspectiva de mudança nas suas bases comerciais.

O CEO da Tradener, Walfrido Ávila, lembrou que o setor pode tomar como benchmark para seu futuro a experiência com a abertura do mercado de telefonia, feita na década de 90 e que chegou a todo mundo. E mais, que o país esteve na vanguarda da abertura do mercado de energia, mas que hoje está em último lugar em termos de avanços. Para ele, é importante recuperar esse posicionamento e a simplificação dos serviços oferecidos pode ser um caminho interessante para que o consumidor, assim como existe hoje na telefonia.