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Após mais de um mês do anúncio de compra da Atlas Renewable Energy pela investidora independente Global Infrasctructure Partners (GIP), a companhia se prepara para oferecer soluções mais inovadoras e flexíveis e ter maior capacidade financeira no mercado. A ideia é triplicar a potência instalada nos próximos cinco anos, segundo o plano global que prevê mais 8 GW de projetos solares e eólicos contratados, sendo 3 GW no Brasil.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor comercial da Atlas, Luiz Ballester, reforça que mesmo com a incorporação, o negócio de geração de energia mantém a equipe e todos os ativos em operação, em construção e no pipeline. O que aconteceu é que todo cabedal foi transferido ao acionista, mas do ponto de vista prático e operacional não haverá alterações.

“O que muda de fato é que temos agora um acionista com bastante capital e vontade de crescer, e que não tinha ainda investimentos robustos no Brasil e na América Latina. Viramos a principal plataforma deles de investimento e estamos muito mais sólidos e preparados do ponto de vista financeiro e técnico”, destaca o executivo.

Sem precisar valores, Ballester afirma que o recurso empregado na aquisição foi destinado a pagar a compra dos ativos e que não há capital aprimorado a ser entregue nesse momento para crescimento, que virá do plano de negócios a ser efetivado a partir do ano que vem.

Complexo Sertão Solar possui 117 MW operacionais na Bahia (Atlas Renewable)

A empresa pretende avançar num período de quatro a cinco anos para além dos 1 GW já instalados atualmente no Brasil entre seis empreendimentos. Outras duas obras de plantas fotovoltaicas estão avançando na carteira, com previsão de conclusão para 2023 e 2024. Considerando Chile, México e Uruguai, são 2,3 GW já instalados.

O plano de entregar programas ESG para as comunidades que atende também terá continuidade, considerando sua eficácia a partir de projetos sociais e ambientais premiados com padrões internacionais.

Vale lembrar que a multinacional de origem norte-americana já foi a primeira a oferecer PPAs em dólar no Brasil, servindo como um fundo hedge para clientes exportadores, e tendo criado mecanismos para garantir o fornecimento de energia limpa ininterrupta e as metas de sustentabilidade das empresas por certificados I-RECs e créditos de carbono.

Crescimento e desafios

Desde sua fundação em 2017, a companhia multiplicou seu tamanho em cinco vezes. Com a efetivação do negócio, os novos países de expansão para as operações são Espanha, Colômbia e Estados Unidos. No Brasil, o foco segue nas renováveis complementares, sendo esse o grande driver de crescimento para a transição energética, com a aposta do hidrogênio verde ficando mais à frente.

“Somos agnósticos em termos de tecnologia, buscando sempre a melhor solução para o cliente e também a complementariedade das fontes solar e eólica”, define Ballester, lembrando que a empresa adquiriu seu primeiro projeto com aerogeradores no Brasil nesse ano, junto à Voltalia.

O diretor acredita que o melhor momento para as renováveis ainda está por vir e os próximos anos serão muitos importantes para o setor, devido à vontade e necessidade da transição energética de toda economia e que deve impulsionar esse processo.

Entre os desafios, Ballester cita a capacidade e alternativas de financiamento, ressaltando que a Atlas inaugurou esse mercado estrangeiro por aqui, lançando operações em dólares e realizando o primeiro equity com o projeto de Jaracandá e depois Casablanca, devendo anunciar novos aportes nos próximos anos.

Outro desafio é o balanço entre a oferta e demanda de equipamentos de energia solar, eólica e de alguns serviços, impactada ainda da pandemia e também pela guerra que perdura na Ucrânia. Já o desafio no sentido positivo é que a demanda por novos projetos e energia limpa será muito grande. “Atingir com soluções criativas e robustas aos clientes é um bom desafio para resolver e atacar nos próximos anos”, finaliza o executivo.