O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 42.476 GWh em outubro, mostrando estabilidade de -0,3% em comparação com mesmo mês de 2021, informa o último boletim mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Indústrias e residências registram expansão no consumo de eletricidade na comparação interanual. Já a demanda no comércio permaneceu estável, enquanto outros consumos retraíram em 4,7% no período. No acumulado em 12 meses o consumo marca 507.226 GWh, alta de 1,2% na comparação anual.
A indústria consumiu 15.686 GWh e teve expansão de 0,9%. As regiões Nordeste e Norte puxaram o resultado, com 11,3% e 5,9%. Por outro lado, o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste reduziram seus consumos em 1,9%, 1,1% e 1,1%. Sete dos dez ramos mais eletrointensivos tiveram alta na comparação interanual, com destaque para Metalurgia no Maranhão e Pará.
Também se destacaram a fabricação de produtos alimentícios, onde as altas nas exportações podem ter contribuído para o resultado. Carne bovina (173,5%), Açúcares e melaços (90,6%) e Farelos de soja e outros alimentos para animais (69,1%) elevaram as vendas, segundo dados do Siscomex. Por outro lado, a fabricação de produtos têxteis e de produtos minerais não-metálicos apresentaram as maiores quedas no consumo entre os mais eletrointensivos, com 4,7% e 3,1% respectivamente.
Na classe residencial o crescimento de 0,6% é explicado em parte por temperaturas acima da média climatológica nas regiões Norte e Sul, que puxaram a elevação da taxa com 8,7% e 3,1%. Enquanto isso, o Centro-Oeste e o Nordeste, afetados por temperaturas mais amenas, atenuaram o crescimento do consumo, com queda de 3,5% e 1%. Já o Sudeste ficou estável.
Entre os estados, os maiores acréscimos da taxa ocorreram em Tocantins (15,2%), Roraima (12,7%), Pará (11%), Maranhão (9,3%) e Piauí (8,2%). Por outro lado, Mato Grosso do Sul (-15,2%), Rio Grande do Norte (-6,6%), Mato Grosso (-6,0%), Paraíba (-5,4%), Pernambuco (-5,1%), Rio de Janeiro (-4,8%) e Bahia (-4,5%) tiveram retração nas demandas.
Por sua vez o setor comercial registrou estabilidade, com as regiões Norte, Centro-Oeste e Sul apresentando crescimentos de 7%, 1,9% e 1,2% do consumo. Em contrapartida, o Nordeste e Sudeste anotaram decréscimos de 2,5% e 0,9%. Entre as unidades da federação destaque para Mato Grosso do Sul (14,9%), Tocantins (13,4%), Roraima (12,3%), Pará (9,3%) e Minas Gerais (8%). Enquanto isso, Maranhão (-11,1%), Rio Grande do Norte (-5,5%), Mato Grosso (-5,4%) e Paraíba (-5,0%) foram os que tiveram as maiores retrações do consumo.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou crescimento de 4,2%, enquanto o cativo das distribuidoras encolheu 3,1%.