O volume de fusões e aquisições envolvendo empresas de energia renovável no Brasil deve crescer 19% em 2022, em relação a 2021. É o que aponta um estudo setorial realizado pela Redirection International, empresa especializada em fusões e aquisições, com base nas transações anunciadas ao mercado. Segundo o levantamento, somente nos dez primeiros meses deste ano, o segmento alcançou a marca registrada em todo o ano passado, com 31 transações, e a expectativa é que até o final de 2022 chegue a 37.
Em relação aos valores negociados no setor, o aumento foi de 81% considerando as operações que tiveram os valores publicados pelas empresas envolvidas. No ano passado o estudo mapeou 22 negócios com valores divulgados, totalizando R$16 bilhões e um ticket médio de R$ 727 milhões por transação. Já em 2022, entre janeiro e outubro foram mapeadas 28 com valores publicados, somando R$29 bilhões e ticket médio de R$1,04 bilhão.
De acordo com o economista Adam Patterson, sócio da Redirection e um dos autores da pesquisa, os dados refletem a tendência mundial em busca de um desenvolvimento mais sustentável. Segundo ele, a preocupação sobre o clima e as questões de ESG aumentam a demanda por energia limpa e, consequentemente, o investimento necessário para financiar essa transição energética. Para Patterson, a transações de fusões e aquisições têm um papel central neste processo e o mercado de M&A na área deve crescer muito nos próximos anos.
Segundo o levantamento, de todas as operações no setor de energia registradas no ano passado, 38% tiveram aporte de investidores internacionais. Em 2022, entre janeiro e outubro, os investimentos estrangeiros já representam 42% de todos os recursos investidos em energia. Patterson destaca que o Brasil está no radar dos investidores internacionais, em função de seus recursos naturais, matriz energética sustentável, ambiente de contratação livre e regulação estável.
O estudo mapeou um total de 150 operações de M&A de energia renovável entre 2018 e 2021 no Brasil, média de cerca de 30 por ano, o equivalente a 60% de todas as transações no mercado de energia. Em 2022, o segmento deve aumentar sua participação, chegando a 72% de todas as negociações no setor energético, acima da média dos últimos quatro anos.