A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgou nesta quarta-feira, 07 de dezembro, que a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 300 mil novos empregos em 2023. De acordo com a Associação, os novos investimentos gerados pelo setor poderão ultrapassar a cifra de R$ 50 bilhões no próximo ano, incluindo as usinas de grande porte e os pequenos sistemas em telhados, fachadas e terrenos.

De acordo com o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, a fonte solar é uma verdadeira alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, com geração de emprego e renda, atração de investimentos, diversificação da matriz elétrica e benefícios sistêmicos para todos os cidadãos. “O Brasil tem tudo a ganhar com esta fonte e está avançando para se tornar uma grande liderança mundial no setor, cada vez mais estratégico no mundo”, disse o executivo durante o encontro nacional da Absolar.

Segundo a Absolar, em 2023 serão adicionados mais de 10 gigawatts (GW) de potência instalada, chegando a um total acumulado de mais 34 GW, o equivalente a quase duas e meia usinas de Itaipu e que representam um crescimento de mais de 52% sobre a potência solar atual do País.

“As projeções foram feitas com base em um cenário conservador, considerando fatores macroeconômicos, como câmbio e inflação, as mudanças de governos federal e estaduais, os efeitos das políticas energéticas entre outros”, destacou Sauaia.

Para o presidente da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, o Brasil tem uma das energias mais caras do mundo e que não é de hoje. Até o final do próximo ano, as perspectivas são de que o setor terá gerado 1 milhão de empregos no Brasil desde 2012, distribuídos entre todos os elos produtivos do setor e em todas as regiões do País. Os investimentos acumulados devem chegar a R$ 170,9 bilhões, com mais de R$ 53,8 bilhões em arrecadação de tributos públicos.

Dos 34 GW totais, 21,6 GW serão provenientes de pequenos e médios sistemas instalados pelos consumidores nas residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, enquanto os 12,4 GW estarão em grandes usinas solares.

Já para a vice-presidente de geração distribuída da Absolar, Bárbara Rubim, a energia renovável é o passo para a transição e é a única solução para termos energia limpa e barata. “Investimentos privados vão trazer a redução de mais de 5% da conta de uso de todos os brasileiros até 2031 e isso significa ter uma matriz que promova de fato a democratização do acesso à energia elétrica. Contudo, mais importante do que isso é a mudança no modelo mental que a gente tem hoje”, explicou.

De acordo com a executiva, a construção de um acordo visou trazer segurança jurídica estabilidade e previsibilidade e criou um Marco Legal publicado no dia 7 de janeiro desse ano. “A mudança no Marco Legal ela se fez necessária infelizmente porque a gente não viu do Governo sobretudo da agência reguladora do nosso setor, a Aneel, e dos agentes regulados e distribuidoras de energia o mesmo compromisso com esse acordo que foi colocado à mesa quando a gente assinou. E quando as regras mudam a gente precisa mudar também”, destacou. Com o texto aprovado ontem na Câmara dos Deputados, agora prorrogou para seis meses os benefícios para a geração distribuída.

“Nada mais importante do que a gente encerrar o ano reforçando esse compromisso com a aprovação primeiro na Câmara dos Deputados e quiçá na semana que vem no Senado Federal de uma Lei que irá reforçar ainda mais o compromisso do país não só com o setor de energia, mas também com a segurança jurídica e com os acordos e são firmados”, disse. Bárbara Rubim também afirmou que o Brasil levou para a COP 27, que aconteceu no Egito, todas as suas pautas sobre a transição energética e o potencial do país para fontes renováveis.