Os recursos de armazenamento de energia elétrica, em suas variadas formas, possuem diversas aplicações e são capazes de prestar múltiplos serviços para o setor elétrico. E, para os próximos anos, é esperado que a demanda por esse tipo de tecnologia aumente, especialmente com a maior inserção de fontes renováveis variáveis na matriz elétrica.
De acordo com o conselheiro da Absolar, Markus Vlasits, a demanda por esse tipo de tecnologia deverá aumentar nos próximos anos. “Contudo, barreiras regulatórias, tributárias e a ausência de monetização adequada dos benefícios e serviço dificultam o desenvolvimento da tecnologia no Brasil. A questão do armazenamento é um tema que está em franca expansão no mundo. É uma nova tecnologia e olhando os mercados, principalmente dos EUA, vemos aplicações chaves. É precisa estar na frente do medidor”, disse o executivo durante o encontro anual da Absolar.
Quando cita que é preciso estar na frente do medidor, ele afirma que é necessária uma otimização de redes de transmissão e distribuição e ter uma reserva de capacidade. “Além disso, são importantes os serviços ancilares e as operações no mercado de curto prazo”, afirmou.
Segundo o executivo, os recursos de armazenamento na geração, para gestão de MUST, ainda não possuem viabilidade econômica, porém, na forma de VPP e para reserva de capacidade possuem viabilidade, mas necessitam de ajustes regulatório relevantes.
Ele ainda destacou um estudo em que 70% das empresas entrevistadas manifestaram interesse nos leilões de reserva de capacidade. “As empresas entrevistadas enfatizaram que sistemas de armazenamento possuem atributos técnicos relevantes e seriam competitivos, tendo em vista os atuais níveis de remuneração pagos a geradores termoelétricos”, afirmou Vlasits.
Para o VP de negócios, marketing & inovação da Unicoba, Marcelo Rodrigues, o armazenamento tem cada vez mais espaço. “A nossa matriz é renovável e temos muito orgulho disso. Tem um potencial na Amazônia enorme”, destacou. Cerca de 990 mil pessoas vivem sem energia elétrica na região amazônica.
Ele acredita que o armazenamento trará os principais desafios para impulsionar as baterias no Brasil. “Vai conseguir viabilizar a participação de sistemas de armazenamento nos leilões de reserva de capacidade e oportunidades de prestação de serviços ancilares”.
O executivo alertou que há uma discrepância entre a tributação de sistemas de armazenamento de energia a bateria (SAEB) nacionais e importadas e turbinas para geração de energia.
Por outro lado, o gerente de assuntos estratégicos e regulatórios da You.On Energia, Alino Sato, destacou que as oportunidades de negócios vem da China. “Mais de 80% das baterias estão naquela região”, destacou. Ele afirmou que frente aos grandes países, o Brasil tem apresentado um bom sinal nesse sentido, mas haverá muitas mudanças pela frente.
Já o executivo de relações institucionais e governamentais da WEG, Wagner Setti, destacou que existem no mercado várias tecnologias de armazenamento de energia, como: Eletroquímicas, Eletromagnéticas, Termodinâmicas e Mecânicas. “Vai ter espaço para todos”, afirmou.
Dentre as tendências para armazenamento, Setti declarou que as baterias de lítio devem dominar o mercado no curto e médio prazo. “Outras formas de armazenamento devem ganhar espaço no médio e longo prazo, como o fluxo e hidrogênio. Não deve existir uma tecnologia campeã, a melhor está relacionada à escala do projeto e aplicação”, explicou. Para finalizar, ele ainda afirmou que a forte integração com renovável deve permitir a penetração em novos mercados.