A perspectiva de colocar R$ 50 bilhões em projetos de transmissão deverá levar à realização de até três leilões em 2023. A decisão ainda não foi tomada mas a tomar como base que em meados do próximo ano a perspectiva é de que seja um certame de investimentos estimados entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões o que deixaria ainda outros quase R$ 30 bilhões a serem licitados no segundo semestre.

Segundo Frederico Telles, secretário adjunto da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, a tendência é sim de se realizar mais do que dois leilões em 2023. Mas ressaltou que a decisão ainda será tomada.

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Helvio Guerra destacou ainda “o que temos de fato até o momento é o primeiro leilão de 2023 que está em consulta pública. Para os demais ainda precisamos dos estudos do MME com apoio da EPE”, disse.

Já Telles lembrou que “a Aneel executa à medida que o planejamento do setor indica, e podemos ter até três leilões de transmissão no ano que vem”, completou.

O diretor da agência reguladora ainda comentou que as questões de macroeconomia como os juros mais altos ainda não foram colocados na precificação dos lotes do ano que vem. Segundo ele, a autarquia ainda vai estudar as alternativas para os próximos leilões para depois tomar a decisão sobre questões como a RAP e o Capex estimado para os empreendimentos.

Resultado
O resultado do segundo leilão de transmissão, realizado na sede da B3 nesta sexta-feira, 16 de dezembro, na cidade de São Paulo, foi considerado positivo pelas autoridades. O deságio médio de 38,19% foi o destaque, assim como a competição por lotes, como o 5 que teve 34 lances no viva voz e outros com até 10 habilitados para a disputa.

“Tínhamos boas expectativas diante do número de inscritos, mas a participação e os deságios apresentados superaram essas expectativas que tínhamos com deságios altos, isso significa que investimentos estão acreditando e atuando no desenvolvimento do país”, afirmou Guerra em coletiva pós leilão.

Outro ponto positivo indicado é a concessão do lote 6 que estava em disputa judicial entre a CTEEP e a Aneel. A transmissora defendia que seria melhor uma simples autorização de reforço na subestação. O entendimento da Aneel era de que a concessão traria melhores resultados ao consumidor.

“Nosso entendimento mostrou que estávamos certos. O deságio no leilão foi de 15,05%, foi significativo uma vez que a própria CTEEP apresentou desconto de 5% sobre a RAP máxima estabelecida”, destacou o diretor. Até o momento, disse Guerra, a Cteep não recorreu da decisão judicial que liberou a licitação desse empreendimento no leilão. Telles, do MME, lembrou que esse tema vinha sendo discutido com a transmissora há mais de 14 meses.