A Taesa, que foi a maior vencedora do leilão de transmissão desta sexta-feira, 16 de dezembro, projeta disputar o próximo linhão HVDC que deve ser colocado em disputa no ano que vem. De acordo com o diretor de Implantação da transmissora, Luís Alves, a vitória da empresa no lote 5, que trata da subestação Garabi, que interliga Brasil e Argentina, é um passo importante para que a empresa entenda a tecnologia.

Ele comentou que apesar de ser apenas uma subestação HVDC este ativo permite que a transmissora compreenda melhor a tecnologia e possa disputar o leilão que é previsto pelo governo para a concessão de um linhão de corrente contínua ligando o Nordeste ao Sudeste para escoamento de grandes blocos de energia renovável

“A subestação de Garabi é uma conversora apenas, mas é importante para a empresa possa entrar nesse ramo de HVDC. É nosso primeiro ativo nesse segmento e representa o início já nos preparando para os leilões do ano que vem dessa tecnologia”, declarou ele a jornalistas após o leilão.

Alves lembrou que a Taesa vem estudando os lotes do certame realizado hoje há oito meses. Esse estudo, disse ele, permitiu o comportamento e a estratégia da companhia que saiu vencedora na disputa em dois dos maiores lotes colocados pela Aneel em licitação.

No ano que vem, comentou Fábio Fernandes, diretor de Relações com Investidores da Taesa, a empresa avalia que as condições econômicas são relevantes e investimentos previstos nos certames são elevados. Então, é necessário estudar qual a melhor forma para suportar e participar das disputas. A empresa avalia todas as opções sinergias e entrar em consórcios, inclusive. Segundo ele, sempre de acordo com a disciplina financeira estabelecida pela empresa.

No Lote 3, a Taesa viu sinergias com outros ativos para ofertar o lance vencedor depois de 17 rodadas a viva voz, concorrendo com a Celeos. Outra empresa que está no mesmo grupo econômico e saiu vencedora foi a Cemig GT que depois de muitos anos arrematou novo lote, desta vez ligando o Minas Gerais ao Espírito Santo, por conta de sinergias com outros ativos da empresa.

EDP
Outra empresa que saiu vitoriosa do leilão foi a EDP. A empresa apresentou proposta de receita anual permitida (RAP) de R$ 24,9 milhões, para a construção de 188 quilômetros de redes de transmissão no estado de Rondônia. O Lote 2 é o segundo empreendimento da EDP no estado de Rondônia e as obras devem gerar cerca de 560 empregos. A linha de transmissão de 230 kV e 188 quilômetros de extensão ligará as cidades de Porto Velho a Abunã.

Desde 2016, contabiliza a EDP, já foram investidos R$ 4,7 bilhões em obras e projetos de Transmissão nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, Goiás, Acre e Rondônia, chegando a 2.616 quilômetros de linhas em seu portfólio. Em fevereiro, a Companhia assumiu o controle da antiga Celg Transmissão S.A, que passou a se chamar EDP Goiás, onde prevê nvestimento de R$ 200 milhões em obras de ampliação e modernização até 2023.

De acordo com o comunicado da companhia, esse é um lote estratégico para a EDP Brasil, pois ele é praticamente uma continuação da EDP Transmissão Norte, projeto arrematado em 2021.