De acordo com a agência de classificação de risco, a perspectiva para o setor de energia elétrica do Brasil em 2023 é neutra, segundo relatório publicado hoje. O documento diz que crescimento do consumo de energia no país deve ser modesto, limitando a expansão da geração de caixa das distribuidoras. As tarifas para o consumidor final devem permanecer elevadas, o que, aliado ao ambiente macroeconômico pouco aquecido, pode elevar os indicadores de perdas e inadimplência. Por outro lado, a recuperação dos reservatórios em 2022 deve reduzir o risco hidrológico, beneficiando, principalmente, as geradoras com exposição a usinas hidrelétricas.

Segundo o diretor Wellington Senter, a Fitch não prevê mudança significativa na capacidade de geração de caixa das empresas brasileiras de energia em 2023 em decorrência de condições macroeconômicas ou ações do novo governo federal. Para ele, os juros elevados devem continuar pesando nas despesas financeiras, enquanto melhores condições hidrológicas e o crescimento da demanda de energia, ainda que baixo, devem beneficiar o fluxo de caixa. A alavancagem financeira deve permanecer adequada para o setor e o perfil de liquidez dos grupos, manter-se sólido, limitando os riscos de refinanciamento

A alavancagem financeira das empresas avaliadas pela Fitch no setor deve continuar, na maioria dos casos, moderada, com relação dívida líquida/Ebitda média mantendo-se relativamente estável, em cerca de três vezes. O setor deve manter forte liquidez, que se beneficia de um amplo acesso a fontes de financiamento.

Em dezembro de 2022, das 27 empresas do setor de energia elétrica analisadas com rating público, 93% estavam em Perspectiva Estável e 7%, em Negativa.