Um dia após a confirmação de Alexandre Silveira (PSD-MG) ao cargo de ministro de Minas e Energia, outro nome que rondava o setor foi revelado. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) que tem seu mandato chegando ao fim é o indicado para a Presidência da Petrobras. O nome dele já era dado quase como certo para ocupar o cargo diante de sua experiência no segmento no qual começou a sua trajetória profissional. A tendência agora é de que a empresa, que estava focada no desenvolvimento de produção e exploração de hidrocarbonetos, volte a olhar de forma incisiva a diversificação de fontes, assim como suas pares estrangeiras já vem fazendo.
Em Nota à imprensa divulgada há pouco, o indicado afirmou “Vejo a Petrobras como uma empresa que precisa olhar para o futuro e investir na transição energética para atender às necessidades do país, do planeta e da sociedade, além dos interesses de longo prazo de seus acionistas”.
E continua ao afirmar que “esse olhar para o futuro foi a principal demanda colocada pessoalmente a mim pelo Presidente Lula, que acredita que a empresa deve permanecer como uma referência de mercado, tecnologia, governança e responsabilidade social”.
O processo de indicação do presidente da petroleira é extenso. Ele precisa ser avaliado por comissões internas de governança da Petrobras, a eleição dele ao Conselho de Administração da empresa, e esse colegiado é quem elege o indicado ao cargo. O atual presidente Caio Paes de Andrade assumirá um cargo no governo de São Paulo, a convite do governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Prates reforçou ainda que a Petrobras é uma empresa forte, um exemplo internacional de capacidade técnica, engenho e determinação. É uma companhia que existe como empresa de economia mista, que alia capitais privados e estatais, e precisa conciliar essa natureza ao seu papel estruturante na economia brasileira.
Curriculum
Jean Paul Prates tem 54 anos, é advogado e economista. Tem mais de 30 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais. Foi membro da assessoria jurídica da Petrobras internacional (Braspetro), no final da década de 80.
No início da década de 90 fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo.Em 1997, participou da elaboração da Lei do Petróleo e também foi o redator do Contrato de Concessão oficial brasileiro e do Decreto dos Royalties. No Rio Grande do Norte, em 2001, iniciou um plano energético para o estado, com fontes renováveis e a revitalização do setor de petróleo. Assumiu em 2007 a Secretaria de Estado de Energia do RN.
Em 2014, foi eleito suplente da Senadora Fátima Bezerra (PT-RN), assumindo em janeiro de 2019 a cadeira de senador após a eleição de Fátima para o governo do estado. Durante seu mandato, Prates foi autor e relator de marcos legais envolvendo a transição energética e práticas sustentáveis, combustiveis, educação digital, mobilidade urbana e infraestrutura ferroviária.