A Moody’s atribuiu na última segunda-feira, 10 de janeiro, ratings Baa3 de longo prazo aos dois Títulos de Capital subordinados júnior – chamados híbridos – que serão emitidos pela Enel. O tamanho e a conclusão dos híbridos estão sujeitos às condições de mercado. A perspectiva é negativa. O rating Baa3 atribuído aos híbridos está dois níveis abaixo do sênior de Baa1 não garantido da Enel, refletindo as características dos híbridos. Esses papéis são considerados muito antigos, profundamente subordinados e a empresa pode optar por adiá-los de modo cumulativo. A classificação está em linha com outras notas híbridas existentes emitidas pela elétrica italiana.
Como a nota dos títulos está posicionada em relação a outro índice da Enel, uma mudança na prática relativa a atribuição de classificações da Moody’s; ou a classificação sênior não garantida da companhia pode afetar esse rating.
De acordo com a agência de classificação de risco, o rating Baa1 da Enel é sustentado pela grande escala e diversificação geográfica da empresa, o que ajuda a atenuar a volatilidade dos lucros, pelos resultados estáveis decorrentes das redes reguladas e produção contratada, que representam cerca de 70% do Ebitda do grupo, e ainda, por um perfil financeiro sólido, com a relação fundos de operações /dívida líquida provavelmente superior a 20% até 2023-24. A perspectiva negativa da nota reflete a do rating soberano Baa3 da Itália, a vulnerabilidade da empresa a desenvolvimentos macroeconômicos negativos e vínculos com a classificação soberana, já que uma parte substancial de seus ganhos é gerada no país europeu.
Ainda de acordo com a Moody’s, uma elevação na nota da Enel é improvável, por depender de uma ação similar com a da Itália. Qualquer tipo de mudança também estará atrelada ao grupo demonstrar métricas financeiras bem mais fortes do que as esperadas no médio prazo. O rating pode ser rebaixado caso a Enel não seja capaz de manter um perfil financeiro adequado com a orientação para o índice atual.