Um dia após os protestos em Brasília que culminaram com atos de destruição de patrimônio público, foram registradas quedas de torres em três linhas de transmissão em diferentes partes do país. Duas delas de corrente contínua por onde passam energia para a região Sudeste. Em todos os casos as concessionárias relataram que ação de vandalismo pode ter sido a causa das quedas.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico em seu boletim diário, IPDO, às 00h13min do dia 9 de janeiro ocorreu o bloqueio automático do Bipolo 2 do Elo 600 kV Foz /Ibiúna (Furnas). A causa foi decorrente da queda da torre 114 e avarias nas torres 112, 113 e 115. De acordo com o ONS não houve consequências significativas para o SIN. A normalização está prevista para o dia 13 de janeiro.
Ainda segundo o boletim, poucos minutos depois, à 00h40min houve o bloqueio automático do polo 3 do Bipolo 2 do Complexo do Madeira devido a falta na LT (Norte Brasil). A causa foi motivada pela queda da torre 724. A ocorrência também não gerou consequências significativas para o SIN. A normalização do serviço não foi informada pelo agente.
Pouco antes, ainda no dia 8 de janeiro, às 21h30 min, ocorreu o desligamento automático da LT 230 kV Samuel/Ariquemes C3 (Eltronorte), ocasionada pela queda da torre 219. O Operador informou que não houve consequências significativas para o SIN. A normalização também não foi informada pelo agente responsável.
No primeiro caso, que transmite energia da UHE Itaipu, a geradora afirmou que a produção da usina está normal, dentro do programado para o período. E ainda, “em decorrência da atual conjuntura, a Itaipu Binacional, uma das principais infraestruturas críticas do país, intensificou as medidas de segurança de suas instalações a fim de garantir a produção e transmissão de energia elétrica. Dentre as medidas adotadas, destacam-se a ativação de novas rotas de rondas em suas áreas internas e externas, bem como a intensificação do apoio prestado pelos órgãos de segurança pública parceiros na região. Outras medidas poderão ser implementadas rapidamente, em caso de necessidade. Por questões de estratégia de segurança, as ações não são detalhadas”.
A Aneel informou que nos três casos os agentes concessionários indicam haver o indício de atos de vandalismo contra essas estruturas. Na linha de Furnas não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado queda de torres. No Linhão do Madeira o runback de 692 MW, causou desligamento de 14 UGs nas usinas de Jirau e Santo Antonio. A Evoltz verificou queda da torre 724 e que há indícios de sabotagem, sendo cortados dois estais. O terceiro caso foi confirmado pelo agente que houve queda da torre nº 219 também com indícios de vandalismo.