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Em pelo menos duas capitais do país, Brasília e Recife, bolsonaristas acampados em frente a quarteis do Exército foram abastecidos com geradores particulares de energia elétrica. Em outras capitais, como São Paulo, as distribuidoras encontraram ligações irregulares após o desmonte desses locais, e é possível que geradores alugados tenham sido usados em outras cidades, mas algumas concessionárias procuradas pela Agência CanalEnergia foram reticentes em fornecer informações sobre ocorrências desse tipo. Essa situação perdurou por mais de 60 dias, desde o resultado das eleições presidenciais em que o atual presidente, Lula, derrotou Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições.

A Neoenergia, que é responsável pelo serviço de distribuição em Pernambuco e no Distrito Federal, informou que realizou inspeções nos locais onde estavam os manifestantes retirados no último dia 9 de janeiro pelas forças de segurança e não identificou ligações irregulares. Nas duas capitais foram usados geradores, e em Brasília especificamente, onde a rede é enterrada, não foi constatada violação nas caixas subterrâneas ou na rede de IP. “No local, também encontramos empresas recolhendo geradores de energia alugados e alguns geradores junto aos lixos dos ocupantes”, informou a assessoria da distribuidora do Distrito Federal.

A Enel Distribuição São Paulo confirmou ter identificado uma ligação irregular e disse que realizou o desligamento. Já a Cemig descartou qualquer “gato” na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, onde bolsonaristas insatisfeitos com o resultado das eleições pediam intervenção militar.

A concessionária mineira lembrou que além de ser crime previsto pelo artigo 155 do Código Penal com pena de reclusão de até 8 anos, a prática de ligação clandestina pode levar a acidentes com choque elétrico, com consequências até mesmo fatais, além de desligamento acidental da rede elétrica.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Marcos Madureira, lembrou que uma parte das perdas decorrentes de furto ou fraudes em medidores de energia vai para a tarifa e outra parte fica com as distribuidoras.

Nas situações em que é possível identificar o responsável pela ligação clandestina, a empresa consegue cobrar o valor da energia desviada, e quem fez a ligação vai responder criminalmente pelo furto. Se não for feita a identificação, o prejuízo entra no tratamento de perdas previsto na regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Planos de contingência

A rede de distribuição não registrou até agora nenhuma ocorrência classificada como vandalismo, como aconteceu no segmento de transmissão, onde vândalos derrubaram e sabotaram torres de quatro concessionárias durante a semana passada. Por determinação da Aneel, as distribuidoras adotaram planos de contingência para enfrentar eventuais ataques físicos ou virtuais às suas instalações.

“Hoje, nós temos sistemas bem mais modernos, com processos de automação. Grande parte da rede tem sistemas de sensores, e, em alguns casos, de religamento automático”, disse Madureira, reforçando que, assim como a malha de transmissão, o sistema de distribuição é robusto.

O executivo destacou que as distribuidoras já fazem inspeções na rede com periodicidade. O monitoramento pode ser intensificado em eventos específicos, e ainda mais em momentos de alerta, como o atual.