Os desafios que o país deverá enfrentar com a expansão da fonte eólica offshore no país e sua integração ao Sistema Interligado Nacional deverá requerer muito diálogo. Essa é a conclusão de um estudo Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEeólica), em parceria com a Coppe/UFRJ e Essenz Soluções apresentado em um seminário que a entidade realiza de forma virtual. Essa interlocução, aponta, deve ser feita entre planejadores, executores da expansão da transmissão e os principais empreendedores.
Segundo nota técnica apresentada, as vocações regionais podem ser impulsionadas da expansão offshore. E é necessário um incentivo a estudos que tragam maior assertividade quanto aos questionamentos de planejamento, regulação, impactos ambientais e avaliação de impactos elétricos e de planejamento da expansão.
Entre as questões abordadas estão aspectos sobre o impacto da localização dos projetos no planejamento de expansão da transmissão do setor elétrico brasileiro, dificuldade de alinhamento entre o cronograma de obras da construção de parques eólicos offshore e a adequação da infraestrutura de transmissão. E ainda a propriedade da infraestrutura de transmissão marítima e os aspectos ambientais da expansão da transmissão.
Rafael Morais, doutor em planejamento energético pela Coppe/UFRJ, apontou os desafios do sistema de transmissão com as eólicas offshore. Entre elas, a localização dos projetos, o desalinhamento de cronogramas e a infraestrutura de transmissão marítima e os aspectos ambientais.
Segundo executivo é necessário o aprimoramento dos estudos sobre o impacto na rede para garantir o adequado investimento em ampliação, reforços e melhorias das instalações de transmissões. “É necessário um adequado dimensionamento e recomendação do plano de obras da transmissão e a melhoria do arcabouço regulatório, de modo a garantir os incentivos à instalação de projetos eólicos offshore”, disse. Além disso, é necessário um licenciamento ambiental integrado das linhas onshore e offshore.
A percepção dos agentes mostrou uma necessidade de posicionamento claro da política energética do país quanto a eólica offshore para promover a ampliação das investigações sobre os temas. É necessário também um entendimento de que os custos com transmissão precisam ser encarados como investimentos que trarão ganhos ao país, uma vez que possibilitarão um melhor arranjo para o mercado e a entrada de diversos empreendimentos, agregarão benefícios sistêmicos.
O estudo também mostrou que o Brasil detém instrumentos de planejamento suficientes para endereçar os principais desafios identificados como: localização dos projetos, desalinhamento entre cronograma G e T, propriedade e obrigações de infraestrutura de transmissão e os aspectos ambientais.