A Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e a empresa alemã Mele Gruppe de Torgelow anunciaram parcerias com cooperativas no Paraná para atuar no mercado de H2 Verde. O acordo é com a Cooperativa de Energias Sustentáveis (Ambicoop) e a Cooperativa de Energias Renováveis e Saneamento Rural (Coopersan) e além do insumo vale também para seus derivados.
A parceria receberá financiamento do projeto H2Uppp e visa converter o gás metano dos resíduos animais em energia sustentável. Ela envolve a produção de hidrogênio verde a partir da utilização do esterco de porco. A capacidade total de produção estimada é de cerca de 275 toneladas de derivados de hidrogênio verde por dia. O projeto está presente em 17 países, entre eles o Brasil, e prevê investimento total de 2,3 milhões de euros.
A parceria possibilitará a redução do uso de fertilizantes minerais e certificação de bem-estar animal para os 332 cooperados. Além disso, os rejeitos animais deixarão de ser descartados na natureza, evitando a contaminação dos lençóis freáticos da região. E toda a demanda de energia para o processo de eletrólise será suprida por sistemas fotovoltaicos e hidrelétricos. O biogás produzido será processado em metanol, derivado de hidrogênio, com a adição de hidrogênio verde. A capacidade total de produção é de cerca de 88 mil toneladas/ano.
Paraná de olho no hidrogênio verde
Atento a esse movimento do mercado, o Governo do Paraná, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), trabalha na elaboração de uma política pública de aproveitamento de forma intensiva de dejetos agropecuários com vistas à produção de biogás e biometano e foco no hidrogênio verde.
Uma das estratégias é preparar o Paraná para ser um dos ambientes brasileiros mais propícios à produção do energético. A nova política que estimulará o biogás e o biometano pretende ampliar os benefícios e estímulos tanto pela tributação incentivada como pela subvenção às taxas de juros dos financiamentos rurais. Isso possibilitará que produtores, agroindústrias e cooperativas agropecuárias tenham atrativos para instalar biodigestores em suas respectivas propriedades.
A política pública em discussão terá sua primeira versão apresentada até o final de fevereiro. Depois, passará por análise e discussões com o setor produtivo e suas instituições, sendo aperfeiçoada durante o mês de março. A previsão do anúncio oficial está entre os dias 18 e 20 de abril, durante o Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, que ocorrerá em Foz do Iguaçu.