O volume de afluências é o destaque para o mês de fevereiro no Brasil. De acordo com as estimativas iniciais do Operador Nacional do Sistema Elétrico, todos os submercados deverão apresentar energia natural afluente dentro da média histórica, um fato que não ocorria há muito tempo.
O volume mais baixo é esperado no Nordeste com 100% da média de longo termo. No Sudeste/Centro-Oeste esse índice é de 109% o que equivale a 77.190 MW médios. No Norte o volume esperado é de 129% e no Sul está o indicador mais alto com 142% da média histórica.
No mês de janeiro, as chuvas cairão na cabeceira do rio Grande e no Paraná, o que trouxe essa condição de cheias para as usinas dessa região.
Não é por acaso que em todas as regiões há usinas com o vertedouro aberto. Destaque para Tucuruí, no Tocantins; Itaipu no Paraná; Furnas, no Grande e Sobradinho, no São Francisco.
As condições meteorológicas citadas na apresentação do ONS confirma a previsão de que o La Niña deverá perder força ao longo das próximas semanas e devera avançar para uma situação de neutralidade. Se ocorrerá El Niño ou não, ainda é cedo para essa afirmação.
A condição de finalização do fenômeno climático que está vigente há pelo menos dois anos é esperada para o final de fevereiro a março, sendo que seus efeitos devem continuar ainda nos próximos meses. Um alerta é feito para a ocorrência da chamada ZCIT que poderá afetar a geração eólica no Nordeste.
De acordo com dados apresentados pelo ONS no segundo dia de reunião do PMO, os reservatórios deverão continuar a aumentar os níveis de armazenamento na comparação com os números desta sexta-feira, 27 de janeiro.
No Norte o volume esperado é de 99,6%, no Sul é de 90,1%. No Nordeste está em 78,7% e no SE/CO, onde se localiza cerca de 70% da capacidade do SIN, a previsão é de chegar em 28 de fevereiro com 75% de acumulação.
Diferente do que foi apresentado na quinta-feira, 26, o ONS realizou ajuste na previsão de carga de fevereiro. A queda é mais forte do que apresentado. Passou de queda de 1,1% para 1,5% na comparação com fevereiro de 2022. Assim, a redução ante o planejamento de 2023 a 2027 está 3,5 pontos percentuais a menor.
No SE/CO é esperado queda de 3,4%, no Sul de 2,7%, no NE de 0,1% e apenas no Norte é projetado alta, de 12,3% por conta de um grande consumidor que retomou a operação de sua planta de alumínio.
Com esses dados o custo de operação continua zerado em todos os submercados e em todos os patamares de carga. Geração térmica somente por inflexibilidade declarada pelas geradoras, que soma 4.387 MW médios. Inclusive, as mais caras são as usinas do PCS, leilão realizado no final de 2021.