A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou nesta segunda-feira, 30 de janeiro, que o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 1,5% em 2022 na comparação com 2021 e alcançou cerca de 67.275 megawatts médios. Esse foi o segundo ano consecutivo de alta.

De acordo com os dados, o mercado livre é o setor que tem puxado o resultado para cima. O ambiente utilizou 7,2% mais energia no ano passado do que em 2021, um total de 24.496 MW médios. O segmento já representa 36,4% de todo o consumo nacional. Destaque para os setores de Serviços (16,2%), Madeira, Papel e Celulose (12,7%) e Comércio (10,5%). Segundo o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, o ritmo de crescimento ainda é menor do que o considerado a média histórica do setor. Ele acredita que será necessária uma recuperação mais rápida da atividade econômica.

Já o segmento regulado apresentou queda de 1,4%. A carga somou 42.769 MW médios. A CCEE aponta três fatores para explicar a retração: a migração de consumidores para o mercado livre, a disseminação dos painéis solares e a influência de temperaturas mais baixas que as registradas em 2021, o que reduz o uso de aparelhos de ar-condicionado.

Ainda segundo o estudo, dos 15 setores que contratam energia no mercado livre monitorados pela CCEE, 13 registraram aumento no consumo no comparativo anual. Serviços e Comércio mostram recuperação expressiva após o fim das restrições para o enfrentamento da pandemia. O ramo de Madeira, Papel e Celulose ampliou sua produção para suprir a demanda global por matéria-prima brasileira, que aumentou após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Já a indústria têxtil foi afetada negativamente por fatores conjunturais, como juros altos e inflação acumulada, além de escassez de matéria-prima.

Por fim, entre as regiões, Maranhão teve a maior alta, com variação de 13,5%, seguido por Rondônia (10,4%) e Mato Grosso (6,4%). De acordo com a CCEE, além da influência do mercado livre, o fator climático, com temperaturas acima das registradas em 2021, impulsionou o consumo no ambiente regulado, com maior uso dos equipamentos de refrigeração. O cenário inverso, com mais chuva e temperaturas mínimas abaixo da média, especialmente no segundo semestre, levou a retração em boa parte do Nordeste, com destaque para Paraíba (-2,2%), Piauí (-4,2%) e Rio Grande do Norte (-4,7%).