O primeiro ciclo do programa de aceleramento EnergiNN, capitaneado pelo MIT Reap Rio, contou com 264 empreendedores capacitados e 45 acelerados, por meio de investimentos de R$ 330 milhões para as startups por meio do caixa das empresas parceiras como Petrobras, Eletrobras, Vibra, entre outros agentes.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o Champion do MIT Reap Rio, Hudson Mendonça, reforçou que a abordagem da iniciativa é bem ampla, comparando-a com o Vale do Silício nos Estados Unidos, em que a tese mais promissora, dos portais de conteúdo na internet, não foi a que realmente se consagrou, perdendo para os mecanismos de busca como Google e as redes sociais posteriormente, que eram teses alternativas.

“Concordava-se que a internet era o futuro, mas não se sabia como, e a mesma questão pode ser colocada para a energia. A própria dinâmica do ecossistema irá formar as teses vencedoras”, ressalta.

Ele salienta que a ideia do programa é a de ser inclusivo e de proporcionar muita pesquisa para diferentes teses que envolvam o avanço da transição energética. Mais do que isso, Mendonça pondera que a aceleração e a formação do novo ecossistema de inovação vem ajudar a resolver o gap do RJ em aproveitar as oportunidades que tem, mas desperdiça, com muita gente indo fazer negócios em São Paulo, por exemplo.

Em resumo, foram três meses de mentoria para depois mais seis meses do programa de aceleração propriamente dito, com os oito finalistas de 300 partes apresentando suas soluções entre os pilares da já citada transição energética, além da mobilidade, das redes inteligentes e da descentralização.

Confira abaixo a atuação e destaques de cada finalista:

 E-Charging

Com o slogan de vender energia e liberdade, a startup funciona acoplando um receptor de wireless em pequenas baterias instaladas em veículos elétricos e que irão carregar automaticamente em paradas naturais ou mesmo em movimento.

A cobrança é similar ao Uber, levando em conta a energia adquirida no carregamento. Já existem projetos com Furnas e Marcopolo e um dos diferenciais é que elas não diminuem a vida útil dos sistemas de armazenamento da mesma forma que as recargas ultrarrápidas.

Eleventec

Inverte a lógica de recarga dos veículos elétricos, com a proposta do carregamento móvel do tipo DC, de 15 kW, e que proporciona uma recarga rápida média de 1h e 30 minutos para carregamento de 20% a 80% da capacidade do dispositivo. A startup lembrou que atualmente o país conta com apenas 12 carregadores para cada 100 carros, volume que terá de triplicar até 2030 para dar conta da expansão do segmento.

Flori Tech

A empresa atua sob o lema de gamificação rentável do descarte correto de resíduos com impacto socioambiental mensurável. A plataforma proporciona dados em tempo real, realizando a coleta de resíduos através de máquinas que geram pontos e benefícios aos usuários, utilizando a customização da experiência.

Destinado a escritórios, shoppings, eventos, universidades, tanto como nos clientes Braskem e Estácio e presença no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, possui planos de expansão das operações, nesse momento, para o Nordeste. No último ano o projeto recolheu 17 toneladas de resíduos.

Live Planet

Plataforma de metaverso “barato e customizável” para treinamentos, simulações e aplicabilidades ao setor elétrico e outros, com tecnologia de interação imersiva em tempo real. Foi utilizada pela Eletronuclear para treinamentos de incêndio, sendo um modelo escalável e que pode agregar novos desenvolvimentos e sendo remunerado pelo uso do servidor.

A startup busca R$ 1,5 milhão para crescimento e consolidação, dando em contrapartida 15% das ações de equity no negócio. Ao final da apresentação, o representante reforçou a importância do projeto, afirmando que todos gerentes de tecnologia de empresas brasileiras estão com o metaverso em seu planejamento.

Monitora

Aplicativo que monitora ocupações irregulares e ocorrências em faixas de servidão de linhas de transmissão e distribuição, além de outras áreas de interesse. Oferece a possibilidade de reports e avisos por geolocalização, reduzindo custos ao diminuir também as judicializações, comunicando as partes envolvidas também diretamente.

Solar-bot

Soluções automatizadas para limpeza dos painéis sem utilizar água, baseado numa experiência em Israel, garantindo a máxima geração possível. Se antes era preciso quatro pessoas e quatro dias para limpar 1 MW, agora o serviço pode ser feito por duas pessoas em quatro horas, através de um robô que acompanha um operador para o serviço e que reduz custos.

Combate perdas na geração solar, que somaram R$ 100 bilhões no último ano no mundo por diversos fatores, como a sujeira nos painéis, que afeta a eficiência operacional. No momento está desenvolvendo robôs para lajes, trackers e um autônomo será a etapa final do projeto.

Nanotex

Aquecimento de água por meio do sol via coletores para processo térmicos e calor demandados na forma de energia. Promete eficiência 80% maior e economia de R$ 1.700 em um ano, por um processo industrial sustentável, sem rejeitos. Foram dez anos de P&D e R$ 2,4 milhões aplicados no projeto inicial. Agora a expansão exige R$ 1 milhão por 5% do equity. A empresa reporta faturamento de quase R$ 7 milhões em cinco anos.

Tradenergy

Focada na redução de custos com eletricidade e na conectividade entre produtores e consumidores via Geração Distribuída para transação de créditos, contratos, além de controle remoto do consumo. Emite notificações de eventuais alterações e eventos atípicos. Foi escolhida pela Dome Ventures para seu impulsionamento no ano passado.