A geração solar fotovoltaica é uma tecnologia que tem se mostrado cada vez mais eficiente e acessível e com isso segue em plena evolução no Brasil. E para o CEO da Greener, Marcio Takata, o novo governo está tendo um forte posicionamento sobre a transição energética e geração de energia e vê isso como um ponto positivo para o setor.

Segundo ele, com a criação da secretaria nacional de transição energética, o Ministério de Minas e Energia (MME) sinaliza que trará um olhar específico para a descarbonização. A geração solar fotovoltaica tem papel fundamental nesse objetivo e a tendência é que continue atraindo investimentos, que dependem da previsibilidade que será trazida pela completa regulação. Outras fontes também devem estar no radar, tais como eólicas offshore e hidrogênio verde.

Takata também destacou durante um webinar realizado nesta terça-feira, 07 de fevereiro, que o Projeto de Lei (PL) nº 414/2021, que propõe a expansão do mercado livre de energia no Brasil, aguarda o retorno da tramitação da Câmara dos Deputados , porém de forma paralela, a Portaria nº 50/2022 do MME definiu que a partir de 2024 os consumidores de alta tensão poderão ser enquadrados no Ambiente de Contratação Livre (ACL). Espera-se que 106 mil novas unidades consumidoras migrem para o ACL. A proposta no Ministério discutida na Consulta Pública nº137/2022 é que o consumidor comercial e industrial de baixa tensão tenha acesso ao ACL a partir de 2026 e o residencial a partir de 2028.

E com a evolução dos projetos de geração, o acesso à rede de transmissão também merece um ponto de atenção, segundo o executivo. O Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL) do ONS prevê R$ 60,7 bilhões em investimentos, com foco principalmente nos estados da Bahia e Minas Gerais. O MME também vem estruturando leilão de margem de escoamento com o objetivo de otimizar o acesso à transmissão e o escoamento de geração.

De acordo com o CEO da Grenner, os números em 2022 fizeram com que a fonte ganhasse destaque ao se tornar a segunda maior participante da matriz elétrica brasileira. Houve um crescimento de 71% nos volumes de módulos em 2022 frente a 2021. “Ano passado apresentou uma importante evolução. É um mercado com desenvolvimento importante”, disse. O número de instalações conectadas à rede e unidades consumidoras recebedoras de crédito também evoluiu em 2022, ultrapassando a casa do um milhão.

E o volume adicionado e acumulado conectado à rede acrescentou 7,1 GW. Com isso, a potência adicionada em 2022 representa cerca de 43% do total de potência acumulada desde 2012 em GD no Brasil. Tanaka afirmou que depois de dois anos de elevação nos preços dos sistemas fotovoltaicos, em 2022 os preços reduziram e esse é um fator importante e uma tendência que deverá ser mantida em 2023. O sistema FV residencial acumulou uma redução de 44% entre junho de 2016 e 2022.

Em 2022, houve uma redução das vendas dos sistemas fotovoltaicos financiadas no Brasil, atingindo os 54%, ante os 57% de 2021. Já com relação aos status das usinas de grande porte de GD, foram mapeadas 1,2GW de usinas em operação, 1,1 GW em construção e 3,8GW em desenvolvimento.

O executivo finalizou dizendo que as tarifas de energia deverão se manter elevadas em 2023 e o executivo afirmou que isso deverá influenciar positivamente a viabilização dos projetos do GD aqui no Brasil.