O relatório “O papel em mudança da energia hidrelétrica: desafios e oportunidades”, da Agência International de Energia Renovável mostra que a energia hídrica deverá readequar o seu papel, ajustando a forma como esses ativos são projetados, operados e mantidos. De acordo com o diretor-geral da agência, Francesco La Camera, por mais de um século a fonte tem sido eficaz na geração de energia limpa, mas a rápida evolução do cenário energético exige a reavaliação. A descarbonização total e o cumprimento das metas climáticas do Acordo de Paris demandam que a capacidade hidrelétrica, incluindo as reversíveis, mais que dobre até 2050. Para que essas metas sejam alcançadas até 2050, os investimentos e deverão somar US$ 85 bilhões por ano em UHEs convencionais e de US$ 8,8 bilhões em UHEs reversíveis.
O montante é mais de três vezes o investimento em UHEs de 2017 e mais de cinco o executado em 2018. Esse aumento da capacidade apresentado no relatório da agência internacional exigirá um aumento de cinco vezes nos investimentos anuais da energia hídrica. Segundo a agência, a maior parte do potencial está nos países em desenvolvimento. As instituições financeiras deverão atuar em conjunto com os governos para superar riscos e limitações, direcionado os investimentos.
O Brasil é o segundo maior produtor de energia hídrica no mundo, sendo superado apenas pela China. O Canadá é o terceiro da lista, com os EUA ocupando a quarta colocação. Existem quase 650 GW em projetos já em andamento, com planos de entrar em operação no próximos 25 anos, incluindo 136 GW de reversíveis. A maior parte dos projetos fica na Ásia.
A necessidade de integrar recursos de geração variável, como solar e eólica, levará a uma maior demanda por serviços de flexibilidade e balanceamento da rede e a uma mudança na forma como as UHEs são operadas. .Apesar de ser a tecnologia renovável mais madura, as usinas enfrentam uma série de desafios a serem debelados como a modernização de plantas antigas para atender aos requisitos mais modernos do sistema, a atração de novos investimentos; e a atualização de modelos de negócios que não recompensam todos os atributos da fonte.