O terceiro mandato do presidente Lula deverá retomar o protagonismo de atuação do Executivo diante do legislativo, diferentemente do que foi a prática do último governo. Essa é a avaliação do cientista político Leandro Gabiatti, durante o segundo Meet Up da Comunidade CanalEnergia no WhatsApp, evento realizado na última quarta-feira, 15 de fevereiro. Com essa perspectiva em vista, o executivo acredita que as pautas do governo deverão ser retomadas diante do que é o plano do PT à frente da Presidência, entre eles, o avanço destacado da transição energética, um ponto que é transversal a diversas pastas de atuação, não se limitando apenas ao Ministério de Minas e Energia.

Gabiatti afirmou que o fato de ainda não se ter uma sinalização de agenda prioritária do MME nesse momento não deve representar um problema que possa leva o legislativo a ter uma atuação mais incisiva quanto à formulação de políticas públicas ou de regulação do setor elétrico, como foi feito, principalmente, nos mandatos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro.

Ele não vê problemas na demora pela escolha do secretário-executivo por parte do MME. “As pessoas têm que entender que a política tem o seu tempo de atuação. Estamos com pouco mais de 45 dias de governo e sem a indicação, mas não vejo problema nisso porque esse governo é marcado pela negociação e a política é assim, o governo Lula, assim como os seus mandatos anteriores foram caracterizados pela articulação política que demora e está no tempo dela, que é diferente do timing de empresas”, afirmou ele.

Gabiati lembra que a nomeação de Thiago Barral e Gentil de Sá para secretarias do MME mostram que a escolha deverá estar no campo técnico para o número 2 do ministério. E destacou que o mercado como um todo gostou desses dois nomes por serem profissionais de renome no mercado e que possuem alta qualificação no setor, características que deverão permear a escolha do secretário-executivo. Contudo, esse nome deverá ficar mesmo para depois do carnaval.

Na agenda de governo, Gabiatti citou que o setor elétrico concorre com agendas econômicas e que são mais sensíveis à politica. Estão nesse hall de assuntos, a reforma tributária, questões relacionadas às metas de inflação. Esses assuntos acabam tendo um apelo mais forte e de maior alcance, mas diz que as pautas como eólica offshore, créditos de carbono e até mesmo o PL 414 podem avançar no país. E avaliou que assuntos relacionados a ‘costumes da sociedade’ não devem ser encaminhados.

O Meet Up foi realizado via plataforma Teams e reuniu os membros da Comunidade CanalEnergia no aplicativo WhatsApp onde há discussões e interações entre os membros que fazem parte desse grupo.