Apesar de perceber uma normalização nos impactos que afetaram as cadeias produtivas globais e o fornecimento de insumos para a indústria desde a pandemia, como custo do frete e disponibilidade de navios, a Weg está atenta ao gargalo que perdura em relação aos componentes eletroeletrônicos e que afetam alguns de seus produtos ligados a automação.

“Não tivemos falta de matéria prima ou desabastecimento generalizado, fruto da verticalização e a estratégia de níveis de estoque empreendidos, situação que melhora a cada trimestre mas impacta ainda os eletroeletrônicos”, disse o diretor Administrativo Financeiro da companhia, André Rodrigues, durante teleconferência ao mercado nessa quinta-feira, 16 de fevereiro.

Segundo ele, a normalização que no começo do ano passado era esperada para 2023 não está acontecendo e a expectativa da multinacional catarinense é que a situação se normalize apenas no próximo ano. “Também observamos menor pressão na estrutura de custos das matérias primas ao longo do segundo semestre de 2022, como o cobre e aço”, acrescenta, afirmando que o grande foco no momento é melhorar os giros de estoque pós os maiores efeitos da crise, tendo apresentado boa evolução e flexibilidade a cada demonstração financeira.

Quanto a demanda o executivo disse que a quantidade de pedidos para equipamentos eletroeletrônicos industriais segue em boa quantidade tanto aqui como no exterior, sobretudo nos setores de óleo e gás, papel e celulose. “Em GTD começamos 2023 com uma carteira robusta, ocupação de fábrica alta e os leilões de transmissão e distribuição no Brasil com expectativa de mais de dobrar o valor para R$ 50 bilhões”, complementa, citando ainda a programação de entregas de eólica, solar e geradores elétricos até 2024.

Em termos de rentabilidade no mercado, Rodrigues afirma que a margem da fabricante é delineada para períodos mais longos, acreditando ser possível entregar níveis próximos aos outros anos, mesmo verificando uma volatilidade no câmbio nas últimas semanas que deve continuar, assim como o cenário macroeconômico global e custos das commodities em longo prazo.

Investimentos e negócios

Na avaliação do diretor financeiro, André Salgueiro, a combinação de um inverno menos rigoroso e a questão energética que de certa forma foi equalizada na Europa acabou não impactando tanto na atividade econômica de curto prazo da companhia, vendo uma oscilação em um país ou outro, sendo algo que segue no radar de análise para o futuro.

“Aprovamos R$ 1,6 bilhão para 2023 suportar os níveis de crescimento da companhia, valor maior do que os R$ 1,2 bilhão empregado no ano passado, sendo 45% voltado para o Brasil, com foco no aumento da capacidade da fábrica de motores em Jaraguá do Sul e de transformadores em Betim e Itajubá”, informou o executivo.

No exterior Salgueiro destaca o aumento na capacidade fabril no México e na Índia, cuja unidade irá fabricar os aerogeradores de 4,2 MW, já comercializados no Brasil, além de Portugal, Estados Unidos e China com avanços nos segmentos de modernização, automação e robotização das operações.