A Auren Energia encerrou 2022 com lucro líquido de R$ 2,67 bilhões, avançando 536,5% em relação ao ano anterior. A empresa divulgou suas demonstrações financeiras na última quinta-feira, 16 de fevereiro, reportando alta de 5.743% no lucro no quarto trimestre, atingindo R$ 2,45 bilhões. Os resultados foram impulsionados pela contabilização da indenização referente a hidrelétrica Três Irmãos, após a companhia ter fechado acordo com a União para encerrar uma disputa que se prolongava há dez anos e que soma R$ 4,2 bilhões em um pagamento de sete anos, com a primeira parcela prevista para outubro.

O Ebitda ajustado chegou a R$ 1,7 bilhão no ano, subindo 61,3%. No trimestre crescimento de 51,3% para R$ 520,8 milhões. Já a receita líquida totalizou R$ 1,48 bilhão, redução de 20% em relação ao mesmo trimestre de 2021, e queda de 20,7% para R$ 1,4 bilhões na base anual.

Em geração de energia foi registrado incremento de 32% nos parques eólicos em função da normalização em Ventos do Araripe III e entrada em operação dos complexos Ventos do Piauí II e III, que adicionou 141 MW médios à produção anual. Já a geração hidrelétrica registrou aumento de 8% em comparação com o quarto trimestre de 2021, explicado pelo bom regime de chuvas e da respectiva melhora na vazão hídrica da usina hidrelétrica de Porto Primavera.

Outros destaque foi a conclusão da contratação dos equipamentos e demais insumos e serviços relevantes para a construção dos projetos Sol do Piauí e Sol de Jaíba, que totalizarão 548 MW a um capex estimado de R$ 2,2 bilhões. Na teleconferência da companhia nessa sexta-feira, 17 de fevereiro, o vice-presidente Financeiro e de Novos Negócios, Mário Antônio Bertoncini, disse que a estratégia de crescimento segue pautada na aquisição de ativos, projetos greenfield e em uma possível análise do leilão de transmissão desse ano.

“Na transmissão não temos nenhuma decisão tomada e nossa sensibilidade vem a partir no volume de investimentos estimado em R$ 50 bilhões e lotes com valores unitários expressivos. É um leilão do ponto de vista de atratividade maior para nós do que os outros”, resumiu o executivo.

Bertoncini também disse que não enxergar mais nenhum efeito da crise logística iniciada na pandemia quanto aos painéis fotovoltaicos, sem restrições quanto a recebimento ou oscilação de preços, citando a volta à normalidade nas cadeias de suprimentos que envolvem esse segmento.

Dividendos

Outro ponto ressaltado foi a antecipação dos recebíveis de Três Irmãos até meados do ano, no intuito da companhia dar conta do investimento em capex e buscar a viabilização da segunda tranche do dividendo. “Estamos analisando alternativas, inclusive conversando com alguns agentes”, relatou, sem revelar os custos.

Ademais o conselho de administração da Auren aprovou o pagamento de R$ 1,5 bilhão em dividendos correspondendo a R$ 1,50 por ação. Os recebíveis, caso aprovados em assembleia geral, serão pagos em 15 de maio de 2023, de acordo com as posições acionárias existentes no encerramento do pregão da B3 do dia 04 de maio de 2023 (data base).