A última parcela do financiamento para a construção da hidrelétrica de Itaipu, no valor de US$ 115 milhões, será paga nesta terça-feira, 28 de fevereiro, em cerimônia que vai reunir autoridades brasileiras e paraguaias. Do total, US$107 milhões irão para o BNDES e US$ 8 milhões para a Eletrobras, segundo adiantou o diretor Financeiro do empreendimento, André Pepitone, à Agência CanalEnergia, no início do mês.

A amortização do débito contraído há quase 50 anos e que resultou na dolarização da energia da usina terá impacto positivo para o consumidor das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil. A dívida do empreendimento representava quase dois terços do custo anual de Itaipu, US$ 2,1 bilhões de um orçamento de US$ 3,3 bilhões.

Segundo a empresa binacional, foram assinados mais de 300 contratos de financiamentos com cerca de 70 credores do Brasil, do Paraguai e de outros países, com o aval do governo brasileiro.

No ano passado, já houve espaço para a redução da tarifa paga pelo consumidor brasileiro, que passou de U$22,60/kW para US$ 18,97. Em janeiro desse ano, o valor baixou novamente para U$ 12,67.

Pepitone explicou que como o empreendimento é binacional, a situação da tarifa precisa ser tratada com o país vizinho, mas o fato é que a energia barata beneficia os consumidores no geral, a indústria e o agronegócio brasileiros.

Além da negociação em torno da tarifa que deixa de ser atrelada à moeda americana, o Brasil discute com o Paraguai a revisão do tratado de Itaipu, com a discussão sobre o Anexo C (cláusulas comerciais). A negociação envolve o uso da energia excedente do lado paraguaio, que é consumida pelo Brasil. Entre os agentes do setor elétrico, a expectativa é de que uma parte da energia da usina seja destinada ao mercado livre.