A AES Brasil encerrou o ano de 2022 com um lucro líquido de R$ 320 milhões, um incremento de R$ 359 milhões em comparação ao prejuízo ajustado de 2021. Para a CEO da AES Brasil, Clarissa Sadock, em 2023, a companhia pretende entregar 1 GW em Tucano e Cajuína e um turnaround operacional dos novos mais 456 MW eólicos. Do lado financeiro, a executiva destacou a materialização do crescimento e redução da alavancagem.
A receita operacional líquida da companhia no ano de 2022 atingiu os R$ 2,8 bilhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, enquanto a margem operacional líquida acumulada totalizou R$ 1,7 bilhão, com aumento de 35% em relação à margem líquida ajustada de 2021, refletindo a melhora nos resultados em todos os segmentos de atuação.
A companhia apresentou um Ebitda no quarto trimestre de 2022 de R$ 359 milhões, aumento de 77% em relação ao mesmo período em 2021. No acumulado do ano, o Ebitda foi de R$ 1,2 bilhão, 37% maior do que no ano anterior. Clarissa Sadock declarou durante teleconferência realizada com investidores nesta terça-feira, 28 de fevereiro, que o crescimento ocorreu em todos os ativos eólicos, solares e hídricos.
Clarissa ainda afirmou que a AES Brasil conta com mais aproximadamente R$ 850 milhões de Ebitda estimado já contratado para os próximos anos, considerando a entrada dos projetos em construção e a consolidação da aquisição concluída em novembro de 2022 (os complexos eólicos Ventos de Araripe, Caetés e Cassino). Os resultados ajudam a pavimentar o caminho para 2023, somados à conclusão da construção dos complexos eólicos Cajuína (RN) e Tucano (BA), que serão 100% operados por mulheres. Ambas as obras refletem o foco nos investimentos em diversificação de portfólio e crescimento em renováveis nos últimos anos.
Segundo a CEO da AES Brasil, Tucano deverá adicionar 322 MW de energia eólica a partir do primeiro semestre de 2023 e o projeto já está 95% concluído. Já em Cajuína Fase 1, as obras apresentam uma evolução de 78%, com 21 dos 55 aerogeradores montados. A Fase 2 atingiu mais de 18% dos marcos de construção e a expectativa é que o Complexo inicie suas operações ainda este ano.
Já o resultado financeiro apresentou melhor desempenho no ano de 2022 em função da estratégia de alocação dos recursos disponíveis para aplicação e do maior saldo de caixa no período. A AES Brasil encerrou 2022 com um caixa consolidado de R$ 4,3 bilhões destinados, principalmente, aos investimentos previstos para 2023.
Em 2022, a AES Brasil destaca a conclusão da aquisição de 456 MW em capacidade eólica operacional e sua atuação no mercado varejista de energia elétrica, tendo fechado contratos com 87 clientes desde a sua criação, em 2019, totalizando 44 MWm comercializados. Outro destaque foi a assinatura do pré-contrato com o Porto de Pecém (CE), visando o avanço nos estudos de viabilidade para produção de até 2 GW de hidrogênio verde. “O Brasil tem uma capacidade enorme de produzir hidrogênio verde e essa será uma forma de abrir o mercado e exportar a nossa energia”, disse Clarissa.
Já os investimentos feitos pela AES Brasil no 4T22 totalizaram R$ 618,1 milhões e, ao longo de 2022, somaram R$ 2,2 bilhões, principalmente devido à construção dos Complexos Eólicos Tucano e Cajuína, assim como às modernizações dos ativos hídricos e à estratégia de turnaround dos parques eólicos adquiridos. A empresa tem planos de investir, aproximadamente, R$ 3,1 bilhões de 2023 a 2027, com foco na expansão de projetos já contratados e com planos de construção definidos, desenvolvimento do pipeline e modernização e manutenção dos ativos em operação.
De acordo com Clarissa Sadock, a companhia dobrou o tamanho nos últimos cinco anos, com uma estratégia baseada em diversificação de portfólio e 100% em fontes renováveis. Por fim, a executiva também ressalta a visão de futuro da companhia. “É importante olharmos também para as oportunidades do futuro, com foco em linhas de negócio relevantes sob o ponto de vista financeiro, como é o caso do varejo, que irá crescer de forma exponencial nos próximos anos. É um cenário para o qual a AES Brasil está preparada e muito bem-posicionada, com uma estratégia voltada à digitalização dos projetos e presença regional das equipes de vendas”, finaliza.