O programa iH2Brasil chega para sua terceira edição, voltada a estudantes, pesquisadores, entusiastas e startups que desenvolvam soluções inovadoras em energias renováveis com uso do hidrogênio verde. O prazo de inscrição começa em 20 de março e vai até 27 de abril. A iniciativa é realizada pela Aliança Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e implementada pela GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH) e pelo Ministério de Minas e Energia brasileiro, com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.
O programa visa apoiar empresas e pessoas em diferentes estágios de maturidade de negócio e na temática em si de um assunto muito falado, mas com poucos projetos de inovação e aceleração exclusivos. O primeiro ciclo de aceleração, em 2021, contou com oito startups selecionadas, assim como o segundo e como será nesse, somando 24 empresas beneficiadas ao todo.
“Nosso foco em 2023 é disseminar o tema hidrogênio verde para ajudar a educar ainda mais o público sobre o assunto e fomentar o mercado brasileiro sobre seus benefícios, com soluções voltadas à logística e abordagem em toda a cadeia de valor”, afirma o coordenador do Componente Inovação Hidrogênio Verde do projeto H2Brasil, Bernd dos Santos Mayer.
Os interessados pela inscrição na categoria Entusiastas precisarão passar por um Hackaton com 12 horas de duração, entre os dias 28 e 30 de março, no intuito de apresentarem alternativas que impactem a sociedade e o mercado de energia renovável. A avaliação será feita por uma banca com especialistas do mercado e o resultado será informado em meados de junho.
Vetor energético e combustível do futuro será produzido a partir de fontes renováveis como eólica e solar
Conheça 5 startups que atuam em prol do H2V
Alternativa menos poluente do que os combustíveis utilizados atualmente, o hidrogênio verde é considerado um vetor energético importante para um futuro mais sustentável do planeta. Diversas empresas e pesquisadores investem no desenvolvimento de projetos e soluções a partir do produto, que deve, segundo estimativas das Nações Unidas, movimentar US$ 2,5 trilhões por ano em duas décadas. Veja abaixo cinco startups que se destacaram nas outras duas edições do iH2Brasil.
TerraMares
Nascida em 2019 dentro de um laboratório de pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande, a TerraMares é uma biotech que cria bioinsumos e bioenergia a partir do uso de organismos naturais, como microalgas e cianobactérias originárias da biodiversidade brasileira, de forma a promover o “sequestro” de carbono. A tecnologia permite a conversão de resíduos de aterros sanitários e efluentes industriais, em fertilizantes biológicos inéditos para agricultura, além de também gerar energia limpa, o hidrogênio verde. O combustível será obtido após a decomposição de lixo em contato com algas da Amazônia brasileira.
VRS Pesquisa e Desenvolvimento
Empresa de base tecnológica que resolveu investir em pesquisa cientifica com base em Grafeno em 2015, com roadmap focado em baterias, hidrogênio verde e saúde. Em 2018 fechou parceria com a Universidade Federal do ABC para em 2019 iniciar testes em bateria chumbo ácido com aditivo de grafeno, tendo resultados promissores.
Em 2022, junto ao MIT REAP Rio de Janeiro, criou uma solução para geração de energia residencial que usa o esgoto como fonte para produzir H2V. Na aceleração do iH2 foi onde o projeto realmente tomou corpo e forma, ajudando a mitigar riscos e oportunidades, encontrando assim o ponto de equilíbrio e permitindo o projeto ser sustentável nos pilares sociais, renováveis e geração de riqueza. A meta é produzir três vezes o que a pessoa consome de energia, transformando o excedente em Tokens que possam ser negociados entre clientes e concessionárias de energia.
Recycle 13
O Recycle13 está dentro do ESCALAB, um centro de escalonamento de tecnologias e modelagem de negócios, idealizado a partir de uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), INCT Midas e o CIT SENAI. A empresa nasceu para dar uma aplicação sustentável e economicamente viável para resíduos de alumínio não contemplados no atual processo de reciclagem, contribuindo para diminuir o acúmulo desses materiais e o impacto gerado por eles.
A produção de H2V acontece a partir da transformação de resíduos de alumínio em policloreto de alumínio (PAC) e gás hidrogênio, através de uma reação ácida com o alumínio sólido. A ideia é reaproveitar resíduos de alumínio, que costumam demorar de 200 a 500 anos para se decompor. A expectativa é gerar novos materiais de alto valor agregado que contribuam para a economia circular e aumentem o lucro de empresas já inseridas na reciclagem de alumínio.
Xield
A Xield é focada em nanotecnologia e químicos de performance, com a proposta de desenvolver um projeto que transforme o etanol em hidrogênio verde para abastecer veículos e realizar a conversão do H2 em energia elétrica para alimentar um motor ou abastecer uma bateria que entra em funcionamento quando o veículo precisar. É estimado que com 50 litros de etanol, estes VEs possam ter uma autonomia superior a 1.000 km.
BGEnergy
Finalizando a lista, a BGEnergy é um centro de conhecimento especializado nas tecnologias empregadas para produzir, armazenar e utilizar o H2V. Foi fundada em janeiro de 2022 na Universidade Estadual de Campinas, dispondo de conhecimento para auxiliar universidades, empresas de eletricidade, transporte, óleo e gás, fertilizantes, entre outros setores da indústria que possam ser beneficiados pelo insumo.
No escopo do Programa iH2Brasil, o projeto tem como objetivo introduzir novas aplicações para a molécula no setor de transporte, por meio de um sistema de abastecimento móvel através de um caminhão que poderá suprir diversos setores e garantir capilaridade para os HUBs de hidrogênio verde.