Um acordo assinado entre Brasil e Alemanha nesta segunda-feira, 13 de março, prevê a destinação de R$ 21 milhões para o desenvolvimento de tecnologias de produção de hidrogênio verde por pequenas e médias empresas, startups e organizações de pesquisa e tecnologia dos dois países. O documento prevê a seleção de até dez projetos elegíveis para financiamento.
No Brasil, o processo será executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), sob a coordenação do Instituto Senai de Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação de Pernambuco. Do lado da Alemanha, a responsável será a Federação Alemã de Associações de Pesquisa Industrial (AIF).
A assinatura do acordo é um desdobramento das discussões bilaterais Brasil-Alemanha sobre transição energética e produção de hidrogênio. Desde o último domingo, 12, autoridades e representantes da indústria dos dois países participam de evento em Belo Horizonte (MG) para tratar de cooperação econômica em temas como energia, clima e digitalização.
Pelos termos do acordo formalizado hoje, em abril será realizada a primeira fase da chamada bilateral para a escolha de empresas brasileiras e da rede de Institutos Senai de Inovação. A segunda fase será iniciada em julho e finalizada em setembro de 2023. Os projetos escolhidos terão duração de 12 a 36 meses e deverão começar já no início de 2024.
As propostas serão executadas nos dois países, sendo que, no Brasil, as aplicações estarão concentradas em polos como o Tech Hub do Porto de Suape (Pernambuco), o Parque Senai Cimatec (Bahia) e o Centro Verde de Hidrogênio em Balbina (Amazonas).
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, a ideia da missão industrial é aproximar centros de pesquisa e inovação dos dois países em torno do desafio da transição energética, a partir de projetos que estejam mais alinhados às características e necessidades brasileiras.
O diretor de Inovação e Tecnologia do Senai, Jefferson Gomes, destaca a grande oportunidade que essa integração representa para o Brasil, lembrando que o país tem a matriz energética mais limpa do mundo e capacidade de produção de hidrogênio verde para consumo próprio e exportação.
Dados da balança comercial mostram que a Alemanha é o quarto principal parceiro do Brasil. Em 2022, o comércio bilateral de bens entre os países chegou a US$ 19,1 bilhões, o maior valor desde 2014.