Governo pode criar grupo de trabalho interministerial (GT) para desenvolver mercado de hidrogênio verde. A criação contou com o apoio do vice-presidente da República e ministro do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de hidrogênio verde, Frederico Freitas e o presidente do Instituto Nacional de Energia Limpa (INEL), Heber Galarce que se reuniram para debater uma agenda para o setor.

O GT ficará sob o guarda-chuva da secretaria de planejamento e transição energética do Ministério de Minas e Energia, coordenada pelo secretário Thiago Barral. Participaram também das agendas, o presidente da Frente Parlamentar de Energia Limpa e Sustentável, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), o deputado Rubens Otoni (PT-GO) e o deputado estadual de Minas Gerais, Gil Pereira, além de representantes de empresas do setor privado que farão parte do GT e que compõem a Secretaria de Hidrogênio Verde do INEL (SHV).

O objetivo do colegiado criado é ampliar o debate, ajudar o governo com subsídios para a tomada de decisões sobre as melhores estratégias para desenvolver o mercado de hidrogênio verde no Brasil. O Secretário de Hidrogênio Verde do INEL, Frederico Freitas disse que os encontros com líderes do Governo Federal ligados ao setor de energia serviram também para elencar pontos de atenção e potenciais aceleradores de investimentos no Brasil voltados para desenvolvimento do hidrogênio verde e construir uma agenda positiva e ativa, com a participação do setor de energia limpa, em prol deste novo mercado, em franca ascensão no mundo.

Nas reuniões com os ministros, Freitas apresentou os trabalhos da secretaria de hidrogênio verde, com ações que buscam a convergência setorial e hoje contam com participação de empresas nacionais e internacionais de grande porte. Somente os projetos das empresas que integram o grupo de trabalho do INEL para hidrogênio verde demandarão números expressivos, como mais de 15 GW de novas usinas de energias renováveis; mais de 8 milhões de módulos fotovoltaicos instalados; mais de 1.500 aerogeradores eólicos; mais de 60 TWh por ano de produção de energia elétrica; e mais de 1.200 Km de novas linhas de transmissão.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que vê com bons olhos a criação do GT com participação do INEL e principais players do setor e que o trabalho conjunto poderá dar rápidas respostas sobre desenvolvimento do H2V no Brasil. Já o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin destacou o potencial do Brasil para esse mercado e ressaltou que é uma agenda prioritária do Governo. Alckmin lembrou que o MDIC criou uma secretaria específica para descarbonização e bioeconomia. Para ele, o trabalho do GT, com as duas pastas e a aliança com setor privado, por meio do INEL, será importante para aproveitamento do potencial brasileiro em hidrogênio verde.

Segundo o presidente do INEL, Heber Galarce, a atuação do instituto junto ao novo Governo visa fomentar uma construção conjunta de incentivos com os ministérios para a viabilização do mercado de hidrogênio. Galarce lembra que a análise da SHV aponta que, para alcançar esse objetivo, é preciso uma infraestrutura elétrica robusta, resiliente e com custos competitivos, capaz de prover altíssimas capacidades energéticas para produção de hidrogênio verde. É necessário infraestrutura para o escoamento da produção, como Redes de Gasodutos, domínio tecnológico para a produção nacional de equipamentos e uma política industrial que impulsione a produção de equipamentos no Brasil, além de investir na indústria da sustentabilidade brasileira.

Para ele, é fundamental o desenvolvimento do hidrogênio sustentável no país. Isso depende de medidas estruturantes entre as quais a elaboração de uma política industrial que impulsione a produção de equipamentos e a prestação de serviços com incentivos ao financiamento para descarbonizar setores e segmentos potencialmente competitivos.