O Brasil exportou cerca de 380 MW médios para o Uruguai durante todo o mês de fevereiro, atendendo a aproximadamente 30% do consumo de energia elétrica do país vizinho, conforme informação do governo uruguaio em nota enviada na última segunda-feira, 20 de março. O volume representa alta de 142% em relação a janeiro, segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A exportação comercial aos países vizinhos foi viabilizada pela primeira vez em janeiro de 2023, graças à recuperação significativa dos níveis dos principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), o que gerou excedentes que podem ser vendidos sem prejudicar a segurança de abastecimento no país.
Segundo o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a tendência é ampliar ainda mais essa integração, seguindo as diretrizes do presidente Lula para união de forças ao processo de transição energética, possibilitando investimentos, reduzindo custos e fortalecendo o setor elétrico, em benefício dos consumidores brasileiros e dos países vizinhos.
Novas modalidades de exportação em estudo
O Secretário de Energia Elétrica do MME, Gentil Nogueira, salienta que os negócios viabilizados com a exportação de energia produzem receitas aos consumidores e aos agentes envolvidos. “Novas modalidades estão em estudo, tendo em vista que temos uma das matrizes mais renováveis do mundo e, com as exportações, vamos conseguir ampliar a utilização da energia excedente e aproveitar mais as infraestruturas existentes, reduzindo custos para o consumidor final”, afirma.
Além da Portaria MME nº 49/2022, sobre a exportação de energia para Argentina e Uruguai proveniente de excedentes hidrelétricos, vigoram no Brasil a Portaria MME nº 339/2018, que trata de importação comercial de energia, a Portaria MME nº 418/2019, sobre exportação comercial proveniente de termelétricas.
Juntas, Argentina e Uruguai receberam mais de 1.500 MW médios de eletricidade do Brasil em fevereiro deste ano. A quantidade abasteceria quase 10 milhões de unidades consumidoras residenciais, considerando a média de consumo brasileiro, suficiente para fornecer energia por 1 ano e meio para todas as residências no estado do Tocantins.