A Neoenergia inaugura nesta quarta-feira, 22 de março, o seu primeiro empreendimento de geração associada. Com investimentos de R$ 3,5 bilhões, o Complexo Renovável Neoenergia fica localizado no estado da Paraíba e integra de forma inédita a geração de energia eólica e solar da planta eólica Chafariz e do parque solar Luzia. O complexo soma 0,6 GW de potência instalada e a energia é escoada por uma linha de transmissão que também é de propriedade da companhia. As centrais são classificadas como de geração associadas quando duas ou mais tem o objetivo de produzir energia com diferentes tecnologias, com outorgas e medições diferentes, que compartilham fisicamente e contratualmente a infraestrutura de conexão e transmissão.
Além do pioneirismo, o complexo para o CEO Eduardo Capelastegui é importante porque, além de dobrar a capacidade eólica da companhia, também traz a sua primeira planta solar. “Conseguimos complementar as duas fontes de geração e otimizar todo o sistema”, explica. Ainda de acordo com ele, o projeto tem o DNA da empresa.
A energia gerada pelo Complexo é suficiente para abastecer 1,3 milhão de residências por ano. Pioneiro no país, o projeto se destaca pela sinergia entre os ativos dos parques com a LTs e a subestação. Com isso, o uso da rede de transmissão fica otimizado em função da complementariedade das fontes. O empreendimento se estende por uma área arrendada de 8.700 hectares, em que somente 14% está ocupada, nos municípios de Santa Luiza, Areia de Baraúnas, São José de Sabugi e São Mamede. A construção gerou mais de 3,6 mil empregos, dos quais 40% eram de mão de obra local.
Nas eólicas Chafariz, as turbinas somam 471,2 MW e foram produzidas pela Siemens Gamesa. Em operação desde o primeiro trimestre de 2022, a planta tem 15 parques em 136 aerogeradores de 3,46 MW, do modelo SG-132, com torres de 84 metros e pás de 64 metros. A maior parte da energia produzida pela usina, cerca de 61%, vai para o mercado regulado, enquanto os 39% restantes irão para o mercado livre. A operação deve ser feita por 40 funcionários, sendo 15 da Neonergia.
O parque eólico é o primeiro da Noenergia com rede aérea coletora, que sai das turbinas até a subestação que faz a coleta. Os aerogeradores são interligados em grupos e a última turbina desse grupo não é subterrânea e sim aérea. Isso é considerado um diferencial de construção que traz uma redução nos custos do projeto e da manutenção, já que a inspeção subterrânea é mais demorada e demanda escavação.
Já o complexo solar Luzia, composto por Luzia 2 e 3 é formado por dois parques solares e reúne potência instalada de 149,2 MWp. O projeto é o primeiro da Neoenergia na fonte. São 228 mil painéis fabricados pela Canadian Solar e os trackers são da STI Norland. A operação vai demandar bem menos pessoal da companhia que na eólica e contará com apenas dois funcionários.
Em dezembro de 2020, a Neoenergia anunciou acerto com a Claro contrato para compra de 911 GWh no mercado livre pelos próximos 12 anos, contados a partir de 2022. A iniciativa integra o programa Energia da Claro, lançado em 2017, que prevê o uso de fontes renováveis em todas as operações e instalações da empresa de telecomunicações no Brasil.
*O repórter viajou a convite da Neoenergia