A Copel encerrou 2022 com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, diminuindo 77,2% em relação ao ano anterior. A companhia apresentou suas demonstrações financeiras, reportando crescimento anual de 10,4% no Ebitda, que atingiu R$ 5,5 bilhões, e receita líquida de R$ 21,9 bilhões, com redução de 8,6% em função da variação na receita de suprimentos, no resultado de ativos e passivos financeiros setoriais e na receita com disponibilidade de rede elétrica.

Os investimentos no período ficaram na ordem de R$ 2,3 bilhões, com a previsão de mais R$ 2,1 bilhões para esse ano, com a área de distribuição angariando a maior fatia, com objetivos de aprimoramento da eficiência operacional e a redução de custos por meio do avanço de importantes projetos, destacando a continuidade da execução dos programas Paraná Trifásico e Smart Grid já iniciados em 2021.

No último trimestre do ano, a elétrica registrou um lucro líquido de R$ 624 milhões, 57,4% acima do aferido um ano antes, com contribuições vindo da melhora dos desempenhos em geração, transmissão e distribuição e um acréscimo de R$ 328 milhões em função do Imposto de Renda e Contribuição Social, devido à dedução de valores em razão do pagamento de Juros sobre Capital Próprio.

Já o ebitda subiu 37,3% no trimestre para R$ 1,4 bilhão, e a receita líquida totalizou R$ 5,6 bilhões, reduzindo 14,7%. Um dos impactos veio do não acionamento da termelétrica Araucária no período, em razão das condições hidrológicas mais favoráveis, o que reduziu a receita de suprimento de energia.

Os indicadores também foram afetados por itens não recorrentes, com destaque para a provisão para destinação de créditos de PIS e Cofins, afetando Ebitda e o resultado financeiro, e pelo reconhecimento no ano anterior da compensação pela repactuação do risco hidrológico das hidrelétricas.

Desempenho operacional

Em 2022, as perdas totais para a distribuidora foram de 2.701 GWh, ante 2.660 GWh em 2021, incremento de 1,5%. Em termos de classificação, ficou composto por 75% de perdas técnicas e 25% de não técnicas. As técnicas mantiveram percentuais próximos ou inferiores à meta regulatória, com 2.017 GWh ante 2.011 GWh em 2021. Já as não técnicas ficaram em 684 GWh, contra 649 GWh no ano anterior.

A geração de energia da Copel atingiu 24.723 GWh em 2022 contra 17.053 GWh em 2021. O incremento se deve, principalmente, ao aumento da geração hídrica. Já os parques eólicos sofreram redução na produção, devido aos efeitos do La Niña no Nordeste, redução compensada pela aquisição do Complexo Eólico Vilas.

Para os ativos eólicos, o total de energia vendida no ano foi de 3.150 GWh, alta de 34,6% puxada pela aquisição do empreendimento citado acima, e que entrou para o portfólio da geradora em dezembro de 2021, além da entrada antecipada da operação comercial de Jandaíra. No quarto trimestre, o volume atingiu 884 GWh, crescendo 33,8%.

Por sua vez, a comercializadora da empresa registrou 1.683 clientes e contratos, crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A quantidade de energia vendida no mercado livre alcançou 6.209 GWh no último trimestre do ano, aumento de 3,1%.