Ao ser questionado se a Neoenergia se candidataria a comprar a distribuidora Enel Ceará – que foi colocada à venda no ano passado – o CEO Eduardo Capelastegui ressaltou o robusto investimento anual de R$ 10 bilhões, o que isentaria a empresa da obrigação de uma aquisição para a expansão do grupo. “Não preciso comprar a Coelce para crescer. Já tenho um crescimento orgânico enorme na área de concessão, além da transmissão e geração, portanto não estou necessitando de operações corporativas, temos muito o que fazer onde estamos”, afirmou Capelastegui, que participou nesta quarta-feira, 23 de março, da inauguração do Complexo Associado Neoenergia, em Santa Luzia, na Paraíba. A cerimônia contou com a presença do CEO da Ibedrola, Ignacio Galán, e do Presidente Luís Inácio Lula da Silva. Recentemente, o executivo havia dito em teleconferência de resultados, que iria analisar o negócio mais sem fazer loucuras.
O executivo contou ainda que Oitis, no Piauí, deverá ser o próximo complexo associado da empresa controlada pela Iberdrola. A Agência Nacional de Energia Elétrica já deu a autorização e, com isso, um projeto solar deverá ser construído e a eólica está em construção. Segundo Capelastegui, a Neoenergia tem uma carteira de projetos de 5 GW, localizados em vários estados do Nordeste, incluindo a Paraíba. Ele demonstrou vontade de implantar mais projetos no estado. “Temos intenção de continuar investindo na Paraíba em projetos renováveis nos próximos anos, está dentro dos nossos planos”, avisa.
Para o restante de 2023, a empresa só deve iniciar a operação de empreendimentos de transmissão arrematados em leilões de 2018. O líder da empresa mostrou disposição para participar dos próximos leilões de transmissão. Desde 2017, a Neoenergia tem participado das disputas. Com um cenário de juros altos, Capelastegui promete prudência e análise dos lotes dos lotes para os lances no certame. “Estamos estudando e participaremos”, avisa. Ele também não descartou os certames de geração e deu como exemplo Chafariz, parque eólico do complexo associado. A planta tem a maior parte da sua energia destinada ao mercado regulado. “Podemos estar nos dois ambientes, não temos preferência”, aponta.
Segundo Capelastegui, o hidrogênio verde deverá ser uma realidade no país e na empresa antes da eólica offshore. Ele lembra que a Iberdrola tem a maior planta de H2 Verde da Europa na Espanha. No Brasil, Capelastegui adianta que um grande projeto no Sudeste envolvendo o energético está em estudo, mas não quis adiantar em qual estado.
*O repórter Pedro Aurélio Teixeira viajou a convite da Neoenergia